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F. Ciências Sociais Aplicadas - 2. Economia - 11. Economia
ESTUDO SÓCIO-ECONÔMICO DO MUNICÍPIO DE CASTELO, SUL DO ESPÍRITO SANTO: VERIFICAÇÃO DO VIÉS CAPITALISTA DE PRODUÇÃO
Alexsandro Mairink Hoffman 1
Daniel Antônio Sarmento 1
Leandro de Souza Lino 1
Nikole Andrade Avancini 1
(1. Departamento de Economia, Universidade Federal do Espírito Santo/UFES)
INTRODUÇÃO:

O processo de planejamento engloba três fases: conhecimento da realidade, decisão e crítica. É na primeira destas etapas que se assenta o objetivo central deste trabalho, quer seja, o reconhecimento, bem como a compreensão, do atual contexto socioeconômico do município de Castelo, Sul do Espírito Santo. Para tanto, tentou-se enquadrar a cidade em sua concepção econômica e histórica, de modo a gerar possibilidades de compreensão global do processo de desenvolvimento da região, em outras palavras, buscou-se apreender a dinâmica atual e conjecturar, na medida do possível, sobre as possibilidades e necessidades futuras do município em questão.

METODOLOGIA:

A pesquisa de dados primários e diversos sobre a localidade foi o ponto de partida para o estudo. A partir de então, investigou-se os setores econômicos em sua classificação mais ampla (primário, secundário e terciário), dando maior ênfase ao primeiro, sugerindo perspectivas ao segundo e supondo que o último seguirá tendência que se assemelha ao desenvolvimento natural do setor, quando da ampliação dos demais.

 

Assim, o artigo inicia-se com uma breve introdução na qual estão informações gerais sobre o município. Em seguida, cada um dos setores econômicos foi detalhado em sessões que, por sua vez, encontram-se subdivididas naqueles contornos mais proeminentes para a localidade.

 

Como referência teórica utilizou-se o trabalho de Haroldo Rocha e Ângela Morandi, Cafeicultura e a Grande Indústria, acerca do desenvolvimento da economia capixaba. Por fim, entre os bancos de dados pesquisados estão o do IEL-ES, IPES, PNUD, INCAPER, BANDES, Instituto CEPA-ES, SEAG, Polícia Civil/DML/ES, Censos Agropecuários, Cadastro Geral de Empregos e Anuários Estáticos do IBGE e a RAIS do Ministério do Trabalho.

RESULTADOS:

As atividades econômicas desenvolvidas no município não apresentaram, grosso modo, o que poderíamos chamar de viés dinâmico resultado do modo de produção capitalista. A essa questão podemos oferecer como resposta o processo histórico de desenvolvimento da cidade, especificamente a política de erradicação de cafezais na década de sessenta, que, não obstante o desmonte da estrutura produtiva até então vigente, não foi capaz de gestar um ambiente positivo suficiente para que mudanças consideráveis pudessem ocorrer em sua economia.

 

Ainda que outras culturas tenham se desenvolvido, o café continua sendo o basilar da economia, ocupando cerca de quinze por cento do total do território castelense e servindo até mesmo como moeda de troca na economia. Observa-se ainda que a estrutura produtiva prevalecente em Castelo é sobredeterminada pela cidade vizinha, Cachoeiro de Itapemirim, o pólo mais dinâmico da região, estando sua dinâmica, portanto, definida exogenamente por meio de sua relação com esta cidade.

CONCLUSÕES:

Apesar da política de erradicação dos cafezais da década de sessenta e dos planos propostos nas diversas esferas de governo que visavam à diversificação da base econômica, a economia castelense permanece fortemente ligada à produção cafeeira.   Avanços em algumas culturas foram verificados com grande aumento de produtividade, não sendo, contudo, um processo homogêneo ou com alto grau de intensidade. No setor secundário, pôde-se observar um importante progresso nas áreas de calcário e mármore e granito, estando, no entanto, com sua dinâmica diretamente comandada pelo processo de acumulação de capital do pólo econômico da região.

 

Por fim, quanto ao setor terciário, a despeito do incremento no número de estabelecimentos da ordem de quinze por cento ao ano na última metade de década, são em sua maioria estabelecimentos varejistas que atendem apenas precariamente às necessidades do município.

 

Finalmente, ressalta-se que através deste estudo, e assim, da compreensão do processo de acumulação dominante no município, podemos retirar uma série de conclusões. Assim, podemos levantar possibilidades desde a elaboração de instrumentos que potencializam a efetivação das vantagens competitivas ao impacto consoante da instalação de grandes empreendimentos na região - política do Governo Federal na década de setenta, da qual o estado do Espírito Santo foi grande partícipe.

 
Palavras-chave: Planejamento; Dinâmica; Estagnação.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006