O Museu da Energia Usina-Parque do Corumbataí, localizado no Município de Rio Claro-SP e administrado pela Fundação Patrimônio Histórico da Energia e Saneamento pode ser considerado um centro de ensino de ciências formal extra-escolar com objetivos definidos no âmbito educacional. Com base em Pinto (2001), o local dispõe de recursos históricos, culturais, naturais e de infra-estrutura que permitem a realização de ações voltadas para a prática educativa.

O principal objetivo da pesquisa foi elaborar um roteiro interdisciplinar com o tema energia elétrica a ser desenvolvido no Museu da Energia, contando com a participação de professores e coordenadores pedagógicos de escolas públicas e particulares da rede formal de ensino de Rio Claro-SP, através da avaliação de material pedagógico elaborado e entregue aos mesmos.

A necessidade de encontrar novos caminhos para o ensino de ciências e de outras formas de conhecimento levou a elaboração de um roteiro interdisciplinar envolvendo disciplinas escolares, como geografia, história, ciências, biologia e física.

O tema energia elétrica foi escolhido devido sua importância para sociedade contemporânea e por ser a Usina do Corumbataí uma das mais antigas do Estado, testemunhando o crepúsculo da implantação da energia elétrica no Brasil.

O procedimento metodológico da pesquisa foi sistematizado em três etapas. A primeira foi a de consulta bibliográfica de todos os documentos considerados importantes. Neste primeiro momento procurou-se dar as bases teóricas que nortearam a seqüência do trabalho. No segundo estágio, depois de elaborada a proposta de roteiro pedagógico e o material de apoio, a equipe responsável listou e visitou algumas escolas públicas e particulares do Município de Rio Claro para servirem de objeto de avaliação. No total foram dez escolas visitadas, sendo seis particulares e quatro públicas. Estas visitas constituíram em conversar com o coordenador pedagógico de forma a apresentar oralmente a proposta de roteiro e o material escrito elaborado composto de uma apostila explicativa do roteiro, uma carta de apresentação, um caderno de campo com proposta de atividades e os questionários. O terceiro e último momento da pesquisa centrou-se na reavaliação do roteiro de estudo elaborado e material didático produzido, com base na avaliação inicial feita pelos coordenadores pedagógicos e professores. Foi levado em consideração o critério de avaliação proposto (Ruim, Regular, Bom, Ótimo ou Excelente), bem como as críticas e sugestões colocadas, para a adequação da proposta de acordo com mos anseios do Museu da Energia Usina-Parque do Corumbataí e principalmente dos educadores.

Entre todos os questionários entregues nas escolas foram devolvidos e avaliados apenas 35%. Com os questionários em mãos foi realizada a avaliação das respostas e comentários dos professores e coordenadores pedagógicos constatando os seguintes aspectos: quando perguntamos se o roteiro abrange as expectativas da interdisciplinaridade proposta, o resultado equivale à predominância do conceito Ótimo, com 60%. Na segunda pergunta que diz respeito se o conteúdo e desenvolvimento do roteiro está adequado à faixa etária proposta, o resultado foi o conceito Bom, com 54%. A respeito do caderno de campo como material de apoio, o resultado alcançado compreendeu o conceito Bom com 48%. A quarta questão que envolveu a participação do professor e/ou coordenador na elaboração de um roteiro, o resultado foi de 51% correspondente ao conceito Excelente. A quinta e última questão destacou a Usina como um centro de ensino, sendo obtido 63% do conceito excelente.

Entre estes aspectos gerais da avaliação realizada identificaram-se sugestões a respeito da inclusão de linhas no caderno de campo, de recursos cartográficos, tais como mapas, da diferenciação do conteúdo proposto para alunos da 1ª à 4ª série do Ensino Fundamental. Mereceram destaque as críticas de alguns professores tradicionais que consideraram que não havia “necessidade de roteiro e nem de caderno de campo”(Comentário de um professor), atentando para o fato de que o que é atualmente desenvolvido na Usina é suficiente.

A partir das sugestões dadas, nota-se que o roteiro proposto, precisou de algumas modificações referentes ao conteúdo, ao desenvolvimento e ao caderno de campo.

No geral o roteiro foi bem aceito pelos professores, principalmente sobre o conteúdo interdisciplinar proposto e o uso do Museu da Energia como um centro de ensino formal extra-escolar, onde muitos professores se propuseram a levar os alunos para visitas.

Os resultados da pesquisa e as modificações poderiam ser bem mais abrangentes, pois uma quantidade significativa de questionários distribuídos não foram devolvidos, não sendo por falta de tempo já que os professores tiveram aproximadamente um mês para avaliar o material disponibilizado.

Percebeu-se que alguns professores não se interessaram pela proposta de elaboração de um roteiro interdisciplinar por motivos desconhecidos.