D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 5. Farmacognosia |
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AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE DOS EXTRATOS BRUTOS DE Polypodium lepidopteris (Polypodiaceae) PARA LARVAS DE Artemia salina Leach |
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Leopoldo Baratto 1 |
Miriam Falkenberg 1 |
Daniel de Barcellos Falkenberg 2 |
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(1. Departamento de Ciências Farmacêuticas (CIF)/UFSC; 2. Departamento de Botânica (BOT)/UFSC) |
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INTRODUÇÃO: |
A vasta gama de informações sobre o uso de milhares de plantas medicinais em todos os lugares do mundo leva à necessidade de se desenvolver métodos que facilitem a enorme tarefa de avaliar cientificamente o valor terapêutico das espécies vegetais. Várias espécies da família Polypodiaceae, popularmente conhecidas como samambaias, são utilizadas para o tratamento de diversas doenças. Há indicações para o tratamento de doenças respiratórias, como asma e resfriados; doenças inflamatórias e doenças de pele, como psoríase, dermatite atópica e vitiligo. Uma infusão dos rizomas é comumente usada como agente antiulcerogênico e estudos recentes evidenciam também propriedades antitumorais e efeitos antioxidantes e imunomoduladores.
A avaliação da mortalidade de larvas de Artemia salina expostas à substâncias ou extratos apresenta correlação para atividades de interesse medicinal como antitumoral e antimalárica, levando ao isolamento de inúmeras substâncias ativas a partir dos extratos selecionados. A avaliação da letalidade em uma espécie menos complexa pode ser usada para uma triagem de extratos e/ou frações. As vantagens deste bioensaio devem-se ao fato de que os cistos de Artemia salina são de baixo custo e bastam pequenas quantidades de extrato para teste.
O objetivo deste trabalho foi avaliar a letalidade para larvas de Artemia salina expostas a extratos de samambaia, Polypodium lepidopteris (Langsdorff & Fischer) Kunze, crescendo ao sol e à sombra. |
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METODOLOGIA: |
O material vegetal foi coletado na Praia do Campeche (Florianópolis, SC) e identificado por um dos autores (D.B.F.). Foram coletadas amostras férteis e estéreis que cresciam ao sol ou à sombra, sendo assim designadas: (SLF) sol fértil; (SBF) sombra fértil e (SBE) sombra estéril.
As folhas foram moídas e maceradas em metanol (MeOH) na proporção de 1:20 (m/V). Os extratos foram concentrados em rotaevaporador e prepararam-se diluições seriadas em MeOH, transferindo-se para os tubos-teste volumes calculados de forma a obter concentrações de 50, 100 e 200 μg/mL. No tubo controle negativo foi adicionado apenas MeOH. Todos os tubos foram colocados em banho-maria a 40º C até total evaporação do solvente.
Os cistos de Artemia salina, adquiridos em loja de aquários, foram incubados em um aquário com água do mar entre 24 a 28 ºC por 48 h. A cada tubo adicionou-se 0,05 mL de DMSO e para cada concentração foi preparada uma série de três tubos adicionando-se a cada um deles cerca de dez larvas de Artemia salina e água do mar para completar 5 mL.
Após 24 horas as larvas sobreviventes foram contadas. A letalidade dos extratos em relação ao controle negativo (solvente) foi avaliada pelo teste do qui-quadrado (c2) (tabela 2x2), com a correção de Yates, sendo valores de c2 superiores a 3,84 considerados significativos (*) para a = 0,05. Calculou-se também a concentração letal média (CL50) pelo método dos probitos. |
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RESULTADOS: |
As porcentagens de mortalidade para SLF nas concentrações de 50, 100 e 200 µg/mL foram, respectivamente, 40%; 56%* e 69%*. A CL50 calculada foi de 100,9 µg/mL.
Para SBF as letalidades foram de 19%; 52% e 93%* nas concentrações de 50, 100 e 200 µg/mL, sendo a CL50 igual a 104,2 µg/mL; naquelas mesmas concentrações, as porcentagens de mortalidade para SBE foram, respectivamente, 16%; 47% e 67%*. A CL50 para SBE foi de 153,2 µg/mL.
Na concentração de 200 µg/mL todos os extratos apresentaram letalidade significativa em comparação com o controle negativo, sendo que SBF mostrou letalidade bem superior aos demais extratos. O extrato SLF foi o único que apresentou letalidade significativa em duas das concentrações testadas e foi também o que obteve menor valor de CL50. Embora na concentração de 50 µg/mL nenhum extrato tenha apresentado letalidade estatisticamente superior à do controle, verifica-se uma tendência entre os espécimes de sombra a serem menos tóxicos. |
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CONCLUSÕES: |
De acordo com o método dos probitos, percebe-se uma tendência de que extratos metanólicos de samambaias de sombra sejam menos tóxicos do que samambaias de sol. Pelo teste do c2, na maior concentração testada, o extrato de samambaia de sombra fértil apresentou toxicidade mais elevada do que extratos de sol fértil, ocorrendo o contrário nas concentrações menores. Em contrapartida, o extrato metanólico de samambaias de sombra estéreis tende a ser menos tóxico que o de samambaias de sombra férteis. Estes resultados evidenciam a influência da insolação e do tipo de folhas (vegetativa ou reprodutiva) na produção de metabólitos secundários pelas samambaias. |
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Trabalho de Iniciação Científica
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Palavras-chave: Polypodium lepidopteris; Artemia salina; toxicidade. |
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Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006 |
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