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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
MATERIAL DIDÁTICO NA EAD: SOB O OLHAR DO ALUNO
Fabrícia da Silva Vellasquez 1
Diana dos Santos Abreu 2
Suelen dos Santos Barbosa 3
Alexandre Rodrigues Alves 4
Cláudia de Cássia Capello 5
Raquel Marques Villardi 6
(1. Instituto de Letras, UERJ, Rio de Janeiro/RJ; 2. Mestranda/Programa de Políticas Públicas e Formação Humana, UERJ, Rio de Janeiro; 3. Faculdade de Educação, UERJ, Rio de Janeiro/RJ; 4. Mestrando/Programa de Pós-graduação em Educação, UERJ, Rio de Janeiro/RJ; 5. Programa de Pós-graduação em Educação/UERJ, Rio de Janeiro/RJ; 6. Programa de Pós-graduação em Educação/UERJ, Rio de Janeiro/RJ)
INTRODUÇÃO:
Na Educação à distância (EAD), o material didático tem um papel fundamental para a construção do conhecimento, além de ser comum que, por seu intermédio, a maioria dos alunos estabeleça os primeiros contatos com o curso. A diferença qualitativa presente no material didático está diretamente ligada aos recursos ou meios em que este é disponibilizado, ou seja: precisa estar estruturado sobre uma proposta pedagógica que compreenda a atividade educativa não sobre o ato de ensinar, mas sobre o ato de aprender. Para viabilizar essa meta, há necessidade de substituir o modelo tradicional de EAD, caracterizado pelo predomínio da informação sobre a formação, por um outro paradigma, centrado na ação educativa flexível, aberta e interativa, a partir do qual o aluno percorra o processo de aprendizagem dentro de seu ritmo individual, de forma autônoma. Assim, o grupo de Pesquisa Leitura e Tecnologia, do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, está desenvolvendo o projeto “Aprendizagem na educação à distância: paradigmas para a formação continuada de professores em rede” e, dentro dessa proposta, vem estabelecendo categorias que possam auxiliar no estabelecimento de estratégias educativas capazes de atingir um grande de número de pessoas com a maior qualidade possível.
METODOLOGIA:
Dentro do sistema metodológico adotado, buscou-se verificar quais recursos estruturados fazem com que o aluno aprenda com maior ou menor dificuldade, estabelecendo, dessa forma, um conjunto de elementos que precisam ser priorizados na elaboração e na utilização do material didático. O primeiro recurso foi, portanto, a confecção de uma tabela que contemplasse esses elementos. No avanço para a pesquisa de campo, a partir de tais levantamentos teóricos, o grupo obteve um conjunto de perguntas que vieram a compor o segundo recurso: um questionário – elaborado a partir de duas perspectivas ou dois tipos de estrutura. Na primeira delas, as perguntas fechadas, foi aplicada uma escala de avaliação com valores de 1 a 4, além da opção não avaliado. Quanto às perguntas abertas, preferiu-se reservar espaços livres específicos, nos quais o estudante poderia registrar os pontos positivos, negativos e outros comentários. Na construção dos instrumentos para coleta de dados do terceiro momento – a entrevista – foi verificada a necessidade de montagem de roteiro no sentido de orientar os entrevistadores no encontro com os alunos. Tal instrução constava de quatro partes, contemplando indicadores tais como identificação do entrevistado, interesses em cursos a distância e, principalmente, considerações dele sobre o material didático apresentado: impresso e on-line.
RESULTADOS:
Vinculados à proposta do presente resumo, o objetivo é mostrar os primeiros resultados a partir dos recursos aplicados diretamente aos alunos: os questionários e as entrevistas. Dessa forma, após a aplicação dos questionários, foi realizado o levantamento de dados, no qual foram contabilizados o subtotal de perguntas fechadas, o subtotal de perguntas abertas respondidas integralmente e parcialmente, bem como a quantidade de questionários sem resposta. Com as amostras, o grupo se reuniu para classificar, em palavras-chave, a avaliação da aplicação dos questionários, arrumando-as conforme a mesma tabela utilizada no momento inicial da pesquisa. Após concluir esta etapa, foi observado que em grande parte da amostragem os alunos não conseguiram desvincular o material didático do ambiente virtual. Problemas inclusive relacionados à dificuldade de acesso e falta de habilidade na utilização de algumas ferramentas foram apontados. Seguiu-se, posteriormente, a etapa de entrevistas, cujos resultados confirmaram os dados obtidos com o questionário, de forma qualitativa. Apresentações de problemas como interação e ferramenta continuaram a ser freqüentes, mas novamente não eram marcados como afetação e interferência no uso do material didático. A avaliação dos alunos foi, portanto, satisfatória em relação à forma como o esse material na EAD vem sendo elaborado e utilizado por eles e norteado pelos tutores.
CONCLUSÕES:
O estudo dos dados apresentados pelos alunos através de metodologias como questionários e entrevistas sobre o material didático é apenas o primeiro passo para que se inicie uma nova era na produção de uma estrutura realmente eficaz em EAD. O que se espera desse estudo é que, através da verificação da estrutura e da utilização dos dados apresentados pelos entrevistados em cursos já existentes, consiga-se chegar a um modelo que atenda, dentro da realidade da educação, às características específicas que auxiliem o aluno a explorar ao máximo as ferramentas de interação via web, experimentando novas formas de aprender. Torna-se evidente, ainda, que a importância de se promover uma aprendizagem, com garantia de qualidade, buscando como foco a produção escrita na rede é que, no caso do ensino à distância, a fala do professor é substituída pelo texto do material didático. Fundamental se faz, então, não apenas um material com linguagem e estrutura condizentes à proposta, como também uma avaliação constante desses novos “norteadores educacionais”. Dessa forma, o que se espera a partir dessas primeiras considerações é que a relação antes estabelecida entre um aluno e seu material de estudo de forma solitária se amplie pelos caminhos da interação com o material didático e dos alunos, bem como com as mediações do próprio tutor.
Instituição de fomento: CNPq
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: material; aprendizagem; internet.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006