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D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 6. Farmácia

ESTUDO COMPARATIVO DO EFEITO DINÂMICO DE DIFERENTES DOSES DE Arsenicum album 6CH EM RATOS INTOXICADOS COM ARSÊNICO

Fernanda Pasin Foltran 1
Caroline Harada Okuda 1
Aline Borelli Alonso 1
Carolina Ribeiro Camerin 1
Marco Vinícius Chaud 2
Olney Leite Fontes 2
(1. Graduanda do Curso de Farmácia da Universidade Metodista de Piracicaba(UNIMEP); 2. Prof. Dr. do Curso de Farmácia da Universidade Metodista de Piracicaba(UNIMEP))
INTRODUÇÃO:

Metais pesados como o arsênico não são eliminados espontaneamente pelo organismo. A intoxicação por estes metais pesados causa doenças neurológicas e articulares de difícil tratamento. Os tratamentos convencionais não apresentam resultados terapêuticos satisfatórios. A dinâmica do medicamento homeopático no homem ou nos animais é ainda desconhecida, embora seus efeitos terapêuticos sejam evidenciados na clínica e em inúmeros trabalhos científicos. A força do medicamento está na desconcentração da matéria prima que lhe dá origem, de acordo com uma farmacotécnica própria. Porém, a quantidade de medicamento a ser administrada tem se baseado na observação pessoal durante a prática clínica. Embora alguns autores considerem que a dose é irrelevante, pois segundo eles a ação terapêutica do medicamento homeopático se dá qualitativamente e dinamicamente, o conceito não é unânime entre os homeopatas. Alguns autores enfatizam a importância da quantidade do medicamento homeopático administrado para o sucesso da terapêutica homeopática. Naquela perspectiva, cinco ou dez gotas de um medicamento não modificariam o resultado esperado do tratamento homeopático, importando apenas a caracterização do simillimum, a escolha da potência medicamentosa e a definição da freqüência de administração para exercer sua ação curativa. O objetivo deste trabalho foi avaliar, in vivo, o efeito de diferentes doses de Arsenicum album 6CH na mobilização do arsênico em ratos intoxicados por arseniato de sódio.

METODOLOGIA:

Ratos machos da raça Wistar, pesando em média 58 g, foram intoxicados com arseniato de sódio, correspondente a 16,8mg de arsênico/kg do peso corporal. O arsênico foi administrado na forma de solução injetável por via intraperitoneal. A urina dos animais foi coletada 24 horas antes da intoxicação dos mesmos para avaliar se a eliminação de arsênico era espontânea. Após serem intoxicados, os animais foram divididos em 4 grupos (com 6 animais cada) e mantidos em gaiolas metabólicas individuais com água e ração ad libitum. Os grupos 1, 2 e 3 foram tratados, respectivamente, com doses de 60,0; 147,0 e 295,0 µL de Arsenicum album 6CH administrado por via oral. O grupo 4 recebeu 147,0 µL de Etanol à 30% (veículo utilizado na preparação do medicamento Arsenicum album 6CH). O período de tratamento foi dividido em duas etapas equivalentes com intervalo de 7 dias entre cada uma delas. Durante este período a urina foi, individualmente, coletada e armazenada sob refrigeração (10ºC). Cada amostra de urina foi submetida à digestão ácida com ácido sulfúrico e a concentração de arsênico determinada por espectroscopia de absorção atômica (EAA).

RESULTADOS:

A quantidade de arsênico liberada através da urina para os grupos 1, 2 e 3 foi, respectivamente, 0,293; 0,368 e 0,347 ppm. Não houve registro de eliminação de arsênico através da urina pelos animais do grupo 4.

CONCLUSÕES:

Os resultados mostraram a capacidade do medicamento Arsenicum album 6CH de mobilizar e eliminar arsênico de ratos intoxicados com arseniato de sódio. Uma diferença significativa para doses equivalentes a 147,0 e 295,0 µL, respectivamente grupos 2 e 3, foram observadas quando comparado com a administração à dose de 60 µL (grupo 1). A ausência de arsênico na urina dos animais do grupo 4 mostra que o resultado do tratamento homeopático não tem efeito placebo.

Instituição de fomento: FAPIC-UNIMEP, PIBIC/CNPq
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Arsenicum album; Doses homeopáticas; Arsênico.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006