As evidências mais acentuadas de heranças africanas no Maranhão podem ser constatadas pela existência das religiões de matriz africana na sua cultura, representadas por diversos grupos étnicos ou ‘nações’ (Jejes, Nagôs, Cambindas, Tapas, Nupês, Fanti, Ashantis, Balantas, entre outras), que formam as duas principais vertentes afro-religiosas maranhenses mais voltadas para os africanismos: o tambor de Mina e o terecô. O tambor de Mina é mais praticado na capital (São Luís) e o terecô ou ‘mata’ no interior do Estado, ambos são categorias mais relacionadas às características ou rituais africanos (FERRETTI, S., 1996) havendo possíveis diferenças entre eles (instrumentos, especificidade dos ritmos, vestimentas, etc.). Além da Mina e do terecô como constituintes dessa pluralidade afro-religiosa citamos a presença acentuada de casas de Umbanda; alguns terreiros de Candomblé e práticas terapêuticas associadas à religiosidade afro (Cura ou Pajelança), praticada em espaços próprios (salões de curadores) e nos terreiros de Mina (FERRETTI, M., 2000) no Estado. A principal preocupação da pesquisa foi analisar como são estruturados os contatos e possíveis diálogos entre as matrizes afro-religiosas nos terreiros maranhenses, observando questões relativas à tradição (DANTAS, 1988) e pureza (DOUGLAS, 1976). |
Os instrumentos metodológicos utilizados perpassam pela pesquisa bibliográfica específica (Antropologia das religiões afro-brasileiras, Antropologia Cultural, Sociologia); Entrevistas (Pais e mães-de-santo), Sessões de estudo no grupo de pesquisa (GPMINA-UFMA) e Observação-direta ou participante em terreiros de Mina, Umbanda e Candomblé da cidade. |
Percebemos que o contexto afro-religioso maranhense é amplo em face da riqueza cultural explicitada nos terreiros, a partir de suas próprias classificações dentro desse universo, de um lado temos o tambor de Mina, o terecô e o Candomblé como símbolos de africanidade (volta às raízes) e de outro a Umbanda (mista) em plena comunicação com a Mina. |