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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva

CONTRIBUIÇÃO PARA PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA ATRAVÉS DO ENSINO DA MASSAGEM EM BEBÊS NO MUNICÍPIO DE EMBU, SÃO PAULO.

José Roberto da Silva Brêtas 1, 3
Maria de Jesus C. S. Harada  1, 3
Carolina Jacomini do Carmo  1
Heloisa Regina Russo  1
Talita Cristina M. dos Santos  1
Olívia Pala Falavina  2
(1. Universidade Federal de São Paulo; 2. Pontifícia Universidade Católica de São paulo; 3. Prof.(a) Dr.(a) )
INTRODUÇÃO:

A violência expressa dinâmicas de poder e afeto, nas quais as relações de subordinação e dominação estão presentes envolvendo homem, mulher, pais e filhos, indivíduos de diferentes gerações muitas vezes em posições opostas, desempenhando papéis rígidos e criando dinâmicas próprias, diferentes em cada grupo familiar. É um fenômeno que permeia todas as classes sociais enquanto violência de natureza interpessoal. Ações de prevenção podem evitar que a violência intrafamiliar se perpetue de geração em geração, rompendo sua continuidade naquelas famílias que tenham iniciado o seu ciclo. A prevenção pode se dar em nível de detecção dos riscos, identificação das possíveis vitimas de violência intrafamiliar, em atividades desenvolvidas em Unidades Básicas de Saúde, creches visando a promoção do fortalecimento do vínculo mãe/ bebê. A partir deste contexto, pensamos em um instrumento que poderia criar um campo relacional interessante para este fim, a massagem em bebês.  

METODOLOGIA:
O presente trabalho é parte de um estudo financiado pelo Fundo de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (Programa de Pesquisas em Políticas Públicas) intitulado “Escolas Promotoras da Saúde: prevenção da morbidade por causas externas no município de Embu”.  Trata-se de uma pesquisa-intervenção que teve por objetivos: caracterizar a população envolvida; conhecer a percepção sobre o ato de tocar nas relações humanas; verificar o conhecimento sobre massagem em bebês. A população deste estudo constituiu-se de 68 pedagogos e auxiliares de desenvolvimento infantil que atuam em 26 creches e 56 profissionais (médicos, enfermeiros, psicólogos, auxiliares de enfermagem) de nove Unidades Básicas de Saúde do município de Embu, São Paulo. Para coleta de dados foram utilizados dois instrumentos: a aplicação de um questionário estruturado e a técnica de grupo focal.
RESULTADOS:
Constatou-se que dentre os funcionários das creches 97% eram do sexo feminino, nas Unidades Básicas de Saúde tivemos 84% do sexo feminino. Quanto à escolaridade 41% dos profissionais da área de educação possuía o ensino médio completo e 28% o ensino superior completo; da área da saúde 47% tinham ensino superior completo e 34% ensino médio completo. Em relação à faixa etária descobrimos que entre os profissionais da área de educação cerca de 33% estavam entre 27 e 35 anos, na área da saúde 40% dos profissionais encontravam-se entre 40 e 50 anos de idade. Os dados obtidos por meio do grupo focal desvelaram categorias como: o tocar enquanto elemento vinculador; criando um campo relacional; linguagem afetiva; efeito terapêutico; conhecimento anterior sobre massagem; a massagem no dia-a-dia; lembranças de ter sido tocada (o).
CONCLUSÕES:
Os dados obtidos nortearam a elaboração de atividades de intervenção à violência, através do desenvolvimento de oficinas teórico-práticas de massagem em bebês voltadas para a população do estudo, com a finalidade de formar multiplicadores.
Instituição de fomento: Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
 
Palavras-chave: Educação em Saúde; Massagem; Violência.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006