IMPRIMIR VOLTAR
D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 5. Nutrição

RELAÇÃO ENTRE O IMC E DOBRAS CUTÂNEAS COMO INDICATIVOS DA GORDURA CORPORAL DOS POLICIAIS MILITARES DA CIDADE DE VIÇOSA

Eliane Aparecida de Castro 1
Camilla Maria Mello Toledo 1
Newton Sanches Milani 1
(1. Universidade Federal de Viçosa/UFV)
INTRODUÇÃO:

Os indivíduos com excesso de gordura e peso corporal apresentam um maior risco de doenças crônico-degenerativas. O excesso de gordura e peso corporal, pela sua prevalência e seu alto custo financeiro, constituem um dos principais problemas de saúde (GUEDES & GUEDES, 1998). Por essa razão, os estudos onde a composição corporal é analisada, têm uma grande relevância. O Índice de Massa Corporal (IMC) tem sido recomendado pela Organização Mundial de Saúde como um indicador da gordura corporal por ser obtido de forma rápida e praticamente sem nenhum custo. Ele envolve as medidas do peso corporal e da estatura de um mesmo sujeito. As medidas de espessura das dobras cutâneas (DC), como procedimento na análise da composição corporal, estão alicerçadas na observação de que grande proporção da gordura corporal se encontra localizada no tecido subcutâneo, e, dessa forma, medidas quanto à sua espessura servem como indicador da quantidade de gordura localizada naquela região do corpo. Mensurando em várias regiões do corpo obtém-se uma visão mais clara quanto à sua disposição (GUEDES e GUEDES, 1998). Sabendo da importância de um diagnóstico correto no que diz respeito à gordura corporal, uma vez que a quantidade adequada desta é fundamental para uma vida saudável, este estudo tem o objetivo de verificar se o IMC e as DC apresentam consistência para classificar os Policiais Militares da cidade de Viçosa, dentro dos critérios de referência considerados adequados para uma boa saúde.

METODOLOGIA:

A amostra foi composta por 39 policiais militares do sexo masculino da cidade de Viçosa com idades de 26 a 47 anos. No cálculo do IMC, a massa corporal foi obtida utilizando-se uma balança de marca ARJA, com precisão de 100g e a estatura com um estadiômetro do tipo HARPEND, com precisão de 1mm (conforme padronização sugerida por MARINS E GIANNICHI, 1998). De posses desses dados, foi efetuado o cálculo: IMC= Massa/ Estatura2. As dobras cutâneas foram mensuradas de acordo com o protocolo de NAHAS (2003), que utiliza as dobras do tórax, tríceps e subescapular. Para a mensuração foi utilizado um plicômetro de marca CESCORF, com precisão de 0,1mm. Os dois procedimentos foram feitos pela mesma avaliadora. Os critérios de referência (CR) usados foram:

Ø      IMC: limite de corte proposto pela OMS (1998);

Ø      DC: tabela proposta por NAHAS (2003).

Nos dois procedimentos analisamos três categorias: abaixo do CR, dentro do CR (recomendável) e acima do CR. A análise dos dados foi feita através do grau de associação obtido pelo cálculo do coeficiente de contingência entre as três categorias para as DC e o IMC. O índice Kappa também foi usado para verificar a concordância entre essas classificações.

 

 

        

RESULTADOS:

Os dados obtidos foram:

·  2,56% apresentam IMC recomendável e DC abaixo do CR;

·  23,07% apresentam IMC recomendável e DC também recomendável;

·  2,56% apresentam IMC recomendável e DC acima do CR;

·  30,76% apresentam IMC acima do CR e DC recomendável;

·  41,02% apresentam IMC acima do CR e DC também acima do CR.

O coeficiente de contingência foi de 0,42, indicando um grau de associação moderado entre as três categorias do IMC e das DC. O índice Kappa foi de 0,33, evidenciando uma concordância, segundo LANDIS & KOCH (1977), satisfatória, verificado pelo número de 64,09% de pessoas classificadas igualmente pelos dois procedimentos.

CONCLUSÕES:

Em função do objetivo estabelecido, conclui-se que os dois métodos se mostraram consistentes na classificação da gordura corporal dos policiais militares de Viçosa. Este estudo mostrou também uma situação de emergência na mudança de hábitos das atividades físicas e nutricionais, já que 41,02% da amostra apresentou um quadro de gordura corporal acima dos padrões ideais nos dois métodos analisados. A gordura corporal elevada traz maiores incidências de doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, doença dos rins, menor resistência orgânica, além de problemas posturais e pior qualidade de vida. Por isso, um programa de exercícios físicos orientado deve ser priorizado na vida de cada um, para que esses riscos sejam amenizados ou anulados. Sugere-se a realização de novos estudos, porém envolvendo outras populações e faixas etárias diferentes, para verificar se os achados são semelhantes ao deste.

 
Palavras-chave: Gordura Corporal; Índice de Massa Corporal; Dobras Cutâneas.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006