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E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 2. Manejo Florestal

CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE CLONES DE Eucalyptus ssp.  PARA A REGIAO DO PÓLO GESSEIRO DE PERNAMBUCO

Fernando Henrique de Lima Gadelha 1
José Antônio Aleixo da Silva 1
Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira 1
Isabelle Maria Jacqueline Meunier 1
(1. Departamento de Ciência Florestal - Universidade Federal Rural de Pernambuco)
INTRODUÇÃO:
A região do Pólo Gesseiro do Araripe, localizada no Sertão de Pernambuco, vem sofrendo intensa degradação ambiental associada à industrialização de minerais, especialmente a gipsita, pois a região ocupa um destacado lugar no cenário nacional, sendo responsável por 90% da produção nacional desse mineral. O setor de produção secundária, no qual se enquadram as calcinadoras do Araripe, consomem predominantemente a biomassa florestal como energético e esse consumo oscila de acordo com os preços dos derivados de petróleo, notadamente o óleo BPF, que também é empregado. O alto preço do óleo BPF faz com que as empresas migrem para o consumo de lenha, aliado a outros fatores incentivadores como a precária fiscalização e a aplicação, por conseguinte, de penalidades irrisórias. Segundo a Companhia Pernambucana de Meio Ambiente – CPRH, das 72 calcinadoras da região, 32 reverteram o processo de calcinação de gipsita com óleo BPF para lenha, e desse total, apenas 13 estão autorizadas pela própria CPRH a usar a madeira como combustível. Visando minimizar essa degradação é que o presente trabalho tem como objetivo recomendar clones de eucaliptos, para fins energéticos da Região do Pólo Gesseiro do Araripe em Pernambuco.
METODOLOGIA:

Os dados foram provenientes de um experimento localizado na Estação Experimental do Araripe, pertencente à Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária – IPA, localizada no Município de Araripina, no Semi-árido de Pernambuco. O preparo da área experimental para o plantio definitivo das árvores teve início no mês de janeiro de 2002, e o plantio foi realizado no início do mês de março de 2002. Utilizaram-se covas nas dimensões de 30x20x20 cm com espaçamento de 3x2 m. Foram empregados três repetições dos 15 tratamentos testados (clones de Eucalyptus spp.). A parcela experimental de 49 plantas, com 25 plantas úteis, foi de 14x21 metros. As mudas foram provenientes na Comercial Agrícola Paineiras LTDA, localizada em Urbano Santos, Maranhão. Foram mensuradas CAP (circunferência na altura do peito) e altura das plantas e através desses dados foram estimados a área basal e volume (considerando-se um fator de forma igual a 0,5), na idade de 42 meses.

RESULTADOS:

As análises estatísticas indicaram não haver diferença significativa entre os clones quanto a volume, tendo como maior e menor média, os clones C39 (híbrido de E. urophylla, cruzamento natural) com 64,55 m³/ha e o clone C315 (híbrido de E. urophylla x E. tereticornis, polinização controlada) com 31,71 m³/ha, respectivamente. O incremento médio anual desses clones foi de 18,44 m³/ha para o clone C39 e de 9,06 m³/ha para o clone C315. No caso da variável área basal, houve diferença significativa ao nível de 5% entre os clones C39, com 12,687 m²/ha e o C315, com 7,126 m²/ha.

CONCLUSÕES:

De acordo com as análises realizadas se constatou que houve diferença significativa entre os clones C39 e C315 quando se analisou a área basal e que essa diferença não ocorreu quando o parâmetro analisado foi o volume. Os clones que apresentaram melhor desnvolvimento foram os C39, C41 (híbrido de E. uropphylla, cruzamento natural) e o C33, também híbrido de E. urophylla, cruzamento natural, tanto em volume quanto em área basal. Portanto, recomenda-se para estudos relacionados a espaçamento entre as árvores que melhor se desenvolveram, visando assim ter um melhor aproveitamento da área a ser plantada.

Instituição de fomento: Comercial Agrícola Paineiras LTDA e Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Eucalyptus; Pólo; Gesseiro.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006