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E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 1. Ciência do Solo

FONTES E DOSES DE ZINCO APLICADO EM SEMENTES NA PRODUÇÃO DE MATÉRIA SECA DE ARROZ CULTIVAR BRS-SOBERANA

Ivana Machado Fonseca 1
Renato de Mello Prado 1
Danilo Eduardo Rozane 1
Ronaldo Rosa Simões 2
Liliane Maria Romualdo 1
(1. Departamento de Solos e Adubos da FCAVJ/Unesp.; 2. Curso de Agronomia da FCAVJ/Unesp.)
INTRODUÇÃO:

A cultura do arroz devido à sua rusticidade e adaptação a solos ácidos, foi uma alternativa altamente satisfatória para o desbravamento dos cerrados. Mas desde a década de 80, em decorrência do alto risco da exploração e da redução da área de fronteira agrícola, a área sob a cultura vem diminuindo. Entretanto, a redução de riscos pela adoção de tecnologias recomendadas pela pesquisa renovam tal interesse. Nota-se sua gradual inserção em sistemas agrícolas de alto nível tecnológico, seja em rotação com soja e milho, em associação com pastagens ou mesmo sob pivô central ou irrigação suplementar (EMBRAPA, 2004). Logo, com uso da alta tecnologia e com genótipos melhorados para alta produtividade, a nutrição da planta, especialmente Zn, passa ter um papel fundamental na sustentabilidade do atual sistema de produção. Rezer et al. (1997), complementam que a resposta do arroz à aplicação de micronutrientes está relacionada ao nível de produtividade obtida e consideram importante a utilização de micronutrientes quando se planeja produtividade alta (>6t.ha-1). A maioria dos trabalhos com a cultura do arroz tem apresentado alta resposta à aplicação de Zn no solo, em experimentação de campo (Moraes et al., 2004) e casa de vegetação (Fageria, 2000; Oliveira et al. 2003). Uma alternativa para atender a exigência inicial de Zn do arroz seria aplicação via semente. Assim, objetivou-se avaliar fontes e doses de Zn em semente na produção de matéria seca do arroz cv. BRS-Soberana.

METODOLOGIA:

O trabalho foi desenvolvido em condições de casa de vegetação na FCAVJ/UNESP, com a cultura do arroz (Oryza sativa) cultivar BRS-Soberana. Utilizou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado, em esquema fatorial 4x2+1, sendo 4 doses de Zn (1; 2; 4 e 8g de Zn.kg-1 de sementes) com 2 fontes (sulfato de zinco - 22% de Zn, e o óxido de zinco - 50% de Zn) e 1 testemunha, em três repetições. A unidade experimental foi uma bandeja de polietileno translúcido preenchida com 5 L de areia grossa lavada, com 50 sementes. Aos 30 dias avaliou-se a produção de matéria seca do arroz (parte aérea, raiz e planta inteira).

RESULTADOS:

Observou-se que houve efeito significativo apenas das doses de Zn, na produção de matéria seca da parte aérea e da planta inteira, entretanto, isso não ocorreu na produção de matéria seca de raiz. Também não houve interação significativa das fontes sobre a produção de matéria seca da parte aérea, raiz e planta inteira. Apesar de não haver significância entre as fontes quanto à produção matéria seca, observa-se que para o sulfato de zinco, a dose que proporcionou a maior produção de matéria seca na parte aérea e da raiz/planta inteira, foi a de 7,13 e 8,0 g Zn.kg-1 de semente, respectivamente. Salienta-se que estas doses de Zn obtidas para o arroz, é bem superior à recomendada por Ribeiro et al. (1992) para a cultura do milho (0,5g Zn.kg-1 de sementes). Cheng (1955) trabalhando com outra gramínea, também observou resposta à aplicação de Zn em sementes de trigo, pois obteve aumento de 95% na produção de massa seca da parte aérea e 35% na massa seca da raiz de plântulas imersas por 24 horas em solução com 0,25mg.L-1 de ZnSO4.

CONCLUSÕES:

A aplicação de Zn em sementes na forma de sulfato como na forma de óxido proporcionou acréscimo na produção de matéria seca do arroz cv. BRS-Soberana. As doses de Zn na forma de sulfato de zinco que proporcionaram a maior produção de matéria seca na parte aérea e na raiz do arroz cv. BRS-Soberana foram, respectivamente, 7,13 e 8g Zn.kg-1 de semente. A dose de 8g Zn.kg-1 aplicado na semente, não foi suficiente para causar toxicidade, independente da fonte utilizada, indicando que o arroz apresenta alta exigência do nutriente na fase inicial de desenvolvimento.

Instituição de fomento: FAPESP (Auxílio 2004/14662-6).
 
Palavras-chave: Oryza sativa; micronutriente; Zn.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006