G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 1. Geografia Humana |
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A ESCOLARIZAÇÃO DOS JOVENS MIGRANTES BRASILEIROS: PROBLEMAS E PERSPECTIVAS
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Gláucia de Oliveira Assis 1 |
Natália Cristina Ihá 2 |
Gisele Meriz 3 |
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(1. Profa. Dra. do Depto de Estudos Básicos do Centro de Ciências da Educação - UDESC / Coordenadora do Projeto; 2. Acadêmica Curso de Geografia - Centro de Ciências da Educação Faed/UDESC - Bolsista de IC/PROBIC/UDESC; 3. Acadêmica do Curso de História - Centro de Ciências da Educação FAed/UDESC - Bolsista de IC/PROBIC/UDESC) |
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INTRODUÇÃO: |
O tema aborda a inserção da segunda geração de migrantes brasileiros na sociedade norte-americana, mais precisamente do fluxo oriundo da região de Criciúma (SC-BR) para Boston (MA - EUA). O objetivo deste trabalho é analisar a reconstrução da identidade dos filhos da emigração, de como essa geração se comporta frente à classificação racial binária imposta pela sociedade receptora e como essa geração responde à questão de pertencimento a um grupo étnico, seja ele hispânico, latino ou brasileiro. A assimilação de valores culturais e comportamentos, assim como, noções de desenraizamento são objetos de estudo dessa pesquisa, que se apóia nas relações interpessoais e intra-pessoais dos adolescentes no âmbito escolar, nas suas perspectivas e dissabores frente à política discriminatória norte-americana. A importância desta pesquisa é traçar um perfil da segunda geração de migrantes, sua trajetória e transformação em um cidadão transnacional, causada pela consolidação do fluxo migratório brasileiro, um fenômeno ainda recente no Brasil, que retrata a tendência mundial da economia globalizada, da mobilidade constante de fluxos migratórios entre os países subdesenvolvidos e os países economicamente estáveis. |
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METODOLOGIA: |
Para se compreender melhor a recepção norte-americana aos imigrantes e toda essa onda de xenofobia mundial, foi realizada extensa revisão bibliográfica. Para compreender a configuração da segunda geração, a pesquisa foi baseada em dados levantados num survey realizado em Criciúma - SC e entrevistas semi-estruturadas realizadas em rede escolar de Boston - MA, onde sessenta alunos considerados como “segunda geração”, foram identificados desta forma: jovens filhos de brasileiros, alguns nascidos no Brasil e deslocados com a família depois de alfabetizados (geração 1.0), outros que foram muito pequenos e aprenderam em conjunto as duas línguas (geração 1.5) e por último, os filhos de brasileiros nascidos em solo norte-americano (geração 2.0). A partir desta configuração fez-se uma análise qualitativa deste conjunto de informações, baseada na aplicação deste questionário e nos dados quantitativos apresentados. |
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RESULTADOS: |
Os dados coletados apontam para um crescimento do número de brasileiros registrados nos EUA, em torno de 90,3% de 1994 a 2001. Além destes dados, a pesquisa qualitativa deixou clara a presença de filhos de migrantes na jornada migratória. Por este e outros motivos, o apoio da rede familiar se mostrou fundamental na consolidação do fluxo migratório. A segunda geração provou que consegue se inserir melhor do que a primeira, na vida cotidiana da sociedade americana, participando da escola e de outras instituições sociais, enfrentando o enclave imposto pela diferença entre a educação brasileira e a americana, na recriminação das escolas que criam precocemente uma crise de identidade nas crianças brasileiras.
A abordagem do cotidiano destes jovens, nesse novo espaço construído, demonstrou o nível de desenraizamento e de assimilação cultural e lingüística obtida por eles. Paralelamente a essa evolução diferenciada entre as gerações primeiras e seus descendentes, as noções de pertencimento e suas representações simbólicas também foram alteradas, principalmente no que diz respeito à construção de uma categoria étnica no país do “Melting Pot”.
Esta noção de pertencimento ou não a um tipo específico de grupo étnico nos EUA, diferente da primeira geração, é atualmente considerada como de suma importância pela segunda geração, pois demonstra o reconhecimento da presença brasileira em solo norte-americano. |
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CONCLUSÕES: |
Os resultados apontam para um crescimento da população infantil e jovem, o que retrata a consolidação do fluxo migratório. Esses jovens, diferentes de seus pais, assimilam melhor o inglês e entram em contato efetivo com a cultura americana, além de muitos deles, principalmente os que nasceram nos EUA, não terem mais com o Brasil a mesma ligação que seus pais mantinham. Assim, a segunda geração vivencia, através do contato com a sociedade americana, a construção de uma nova identidade, que medeia Brasil e EUA. Fica evidente a diferença entre o objetivo da primeira geração de migrantes, que era de retornar ao Brasil e da segunda geração, que não pretende mais abandonar o estilo de vida americano, com o qual não se identifica totalmente, mas lhe proporciona tudo o quanto deseja no campo material. Portanto, essa geração vivencia o dilema entre ser ou não ser brazilian-american. |
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Trabalho de Iniciação Científica
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Palavras-chave: Segunda geração.; Migração.; Identidade.. |
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Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006 |
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