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F. Ciências Sociais Aplicadas - 11. Educação Física e Esportes - 1. Educação Física e Esportes
ANÁLISE BIOMECANICA DE SALTOS GINÁSTICOS EXECUTADOS POR GINASTAS DA CATEGORIA INFANTIL
Ana Claudia Kraeski  1
Aluisio Otavio Vargas Ávila  1
Michelle Cristina Goulart  1
Maria Helena Kraeski  1
(1. Universidade do Estado de Santa Catarina/ UDESC)
INTRODUÇÃO:
Saltar é uma habilidade fundamental presente em modalidades atléticas específicas ou e até mesmo compondo e presente em outras atividades. As forças presentes na habilidade de saltar provocam o interesse de muitos profissionais envolvidos na analise do movimento humano, por ser muitas vezes relacionado ao risco de lesões. De acordo com Fantíni & Menzel (2001), um dos momentos de maior risco de lesão é a aterrissagem após os saltos. Como os saltos ou quedas (aterrissagens) são elementos de muitas modalidades terrestres as aterrissagens merecem grande atenção na busca da diminuição do risco de lesões. Sendo assim, cuidados quanto a prescrição da atividade e da manipulação com fatores externos, recomendados para o andar e o correr devem ser ainda mais acentuados (AMADIO, 1996). Na ginástica rítmica os saltos estão presentes na rotina diária das ginastas tanto de categorias especializadas quanto de categorias de base, considerando que jovens ginastas são freqüentemente submetidas a atividades de impacto, o conhecimento do comportamento da componente vertical da força de reação permitirá um aprimoramento das condições da prática em busca do menor impacto prevenindo futuras lesões tanto no esporte quanto na vida diária das crianças. O objetivo deste estudo foi analisar os picos máximos da componente vertical da força de reação do solo, durante a fase de aterrissagem nos saltos enjambée, corsa e vertical característicos da GR realizados por ginastas da categoria infantil.
METODOLOGIA:
Participaram do estudo 09 ginastas da categoria infantil com média de idade de 12(±0,5) anos, massa corporal de 37(±6,1) Kg.e tempo de prática da modalidade de 3(±1,1) anos. Os saltos estudados foram: salto enjambée, salto corsa e salto vertical. A variável do estudo foi a força vertical de reação do solo e para a aquisição dos dados foi utilizada uma plataforma de força AMTI 0R6-5. Para que pudéssemos qualificar os movimentos executados, buscou-se a observação do padrão de movimento de cada ginasta., tendo como referência à definição de Gallahue & Ozmun, (2003). Cada salto foi repetido dez vezes. Os dados foram processados com utilização do software da própria plataforma, através do sistema Peak Performance 4.1.Para o tratamento estatístico foram utilizados os softwares Statisica versão 6.0 for Windows. Mesmo sendo a amostra reduzida, através do teste Shapiro-Wilk, constatou-se que os dados estavam normalmente distribuídos, permitindo assim a adoção de medidas paramétricas. Para a comparação da componente vertical da força de reação do solo entre os saltos e as atividades motoras, utilizou-se analise de variância “One-way” com teste “post-hoc” de Sheffé. Para todas as análises adotou-se o nível de significância de 0,05. A coleta dos dados foi realizada no laboratório de Biomecânica do CEFID/UDESC.
RESULTADOS:
Com o intuito de comparar os resultados da avaliação do padrão de movimento com dados quantitativos da análise biomecânica dos saltos estudados, atribuiu-se a aos sujeitos um índice que representa o estágio de desenvolvimento. Assim, dividiu-se as ginastas em dois grupos, grupo A padrão de movimento maduro e grupo B padrão de movimento elementar. Os valores da força vertical de reação do solo na fase de aterrissagem do salto enjambée apresentaram-se entre 5,27(PC) e 8,13 (PC), na fase de aterrissagem do salto corsa os valores obtidos estiveram entre 3,17(PC) e 4,95 (PC) e no salto vertical entre 3,57(PC) a 8,36 (PC). Ao comparar-se os valores médios da FRS na fase de aterrissagem dos sujeitos para cada um dos saltos executados, observou-se que o salto corsa apresentou valores mais baixos, 3,17(PC) e 4,95 (PC), sendo seguido do salto vertical 3,57 a 8,36 (PC) e do salto enjambée 5,27(PC) e 8,13 (PC). Quando comparamos o valor da componente vertical da FRS durante os saltos ginásticos, observou-se existir diferença significativa entre o salto enjambée e o salto corsa. Não foi encontrada diferença entre os demais saltos. Foi observado que as ginastas com maior qualidade de movimento durante a fase aterrissagem dos saltos apresentaram menores valores na componente vertical da FRS.
CONCLUSÕES:

Pode-se através deste estudo verificar a magnitude da componente vertical da FRS durante a fase de aterrissagem de alguns saltos ginásticos executados por ginastas da categoria infantil. Foi observado que as ginastas com melhores técnicas de aterrissagem apresentaram mores valores de FRS. A busca pela diminuição destas cargas é necessária para a diminuição de riscos de lesões no sistema músculo-esquelético destas jovens atletas. Nesse sentido torna-se importante a observação e a preocupação de técnicos e professores na orientação e cuidados durante o treinamento de saltos na modalidade de ginástica rítmica como em outras modalidades esportivas que envolvam saltos, bem como em atividades motoras presentes em brincadeiras e nas aulas de Educação Física.

 
Palavras-chave: Biomecânica; Ginástica Rítmica; Força de reação do Solo.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006