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C. Ciências Biológicas - 14. Zoologia - 6. Zoologia

Contagem Diferencial da Série Branca de Gymnotus carapo em Cativeiro

Clayton Marcos Pereira Bezerra  1, 2
Thales Simioni Amaral  1, 2
Thiago Rota Alves Felipe  1, 2
Vanessa Bellucci Vergílio  1, 2
Luiz Eduardo Aparecido Grassi  2
(1. Programa de Iniciação Cientifica; PIBIC/UEMS; 2. Curso de Ciências Biológicas-UEMS, Unidade de Dourados)
INTRODUÇÃO:
Gymnotus carapo, por apresentar grande interesse comercial, vem sofrendo uma diminuição em suas populações naturais, tendo em vista que inexistem estudos que gerem subsídios para a sua produção em cativeiro preservando assim os exemplares da natureza. As características hematológicas são fundamentais na avaliação da condição fisiológica dos peixes, pois há uma variação morfológica e quantitativa dos elementos sanguíneos frente a condições endógenas como: sexo, estádios de maturação gonadal, peso e comprimento, estado nutricional, doenças, atividade muscular; ou exógenas, como: temperatura, concentração de CO2 e de O2, ciclo sazonal, estresse e poluentes. Este estudo objetivou a caracterização e contagem diferencial de tipos celulares da série branca de G. carapo em ambiente de cultivo.
METODOLOGIA:

Os exemplares foram capturados com peneira confeccionada com madeira e tela sobrite (100x50x5 cm) em córregos da região de Dourados – MS e mantidos em tanques escavados (10x5x1 m) revestidos com lona plástica, previamente povoados com organismos aquáticos incluindo macrófitas, principal abrigo da espécie, fitoplâncton e zooplâncton, potenciais fontes de alimentos, por um período de 6 meses para aclimatação. A coleta de sangue foi realizada durante período de inverno, em 57 exemplares com média de 25 cm (adultos), por punção caudal utilizando agulhas e seringas heparinizadas, após anestesia com 0,05 mg/L de Benzocaína diluída em água, e os esfregaços sanguíneos corados com Leishman.

RESULTADOS:
Em relação aos elementos do sangue periférico de Gymnotus carapo, foi possível a identificação de diferentes tipos celulares como: trombócitos, neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos, monócitos e macrófagos. O critério de nomenclatura dos tipos apresentados baseia-se nos aspectos morfológicos do núcleo e da disposição granular no citoplasma. As proporções encontradas para os componentes celulares foram: Eosinófilos 23,32%, Basófilos 14,72%, Monócitos 6,26%, Linfócitos 42,30%, Macrófagos 1,34%, Trombócitos 7,07%, Neutrófios 4,96%. Dos animais amostrados alguns exemplares apresentaram-se parasitados por Argulus sp., mais freqüente no período de inverno. Detectaram-se valores elevados de eosinófilos, que pode ser indicativo de quadro inflamatório e elevado número de basófilos que caracteriza condição de estresse, estas características podem estar associadas às baixas temperaturas, infestação por parasita ou ainda baixa disponibilidade de alimento.
CONCLUSÕES:

Conclui-se que, apesar de ser possível em G.carapo., a associação da variação de elementos da série branca, em especial o número de eosinófilos e basófilos como indicadores de quadro inflamatório e condição de estresse ambiental, outros trabalhos devem ser realizados no sentido de ampliação do conhecimento nesta área de estudos, sendo estes fatores importantes para o monitoramento da condição de saúde dos organismos mantidos em cativeiro.

Instituição de fomento: PIBIC/UEMS
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Gymnotus carapo; sanidade; cultivo.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006