O trabalho de recuperação teve inicio em dezembro de 2004 e foi divido em quatro etapas: 1) Restauração ambiental das dunas frontais com retirada das espécies exóticas e plantio de mudas e estolões de plantas nativas obtidas a partir de viveiros ou bancos de mudas nas áreas de entorno; Foram plantadas 376 mudas e estolões das espécies Spartina ciliata, Paspalum vaginatum, Ipomea pes-caprae, Blutaparon portulacoides, Dalbergia ecastophyllum, Sophora tomentosa, Lanthana câmara, Diodia radula ,Senecio bonarensis. 2) Ordenação do acesso à praia através da construção de passarelas suspensas para acesso e isolamento das áreas evitando assim o pisoteamento. Foram construídas passarelas de madeira suspensas a 70 cm do chão. O isolamento foi feito através de pontaletes de madeira de aproximadamente 70 cm de altura para fora da areia, circundando a área e distantes aproximadamente 2 metros entre si. Esses pontaletes foram ligados por cordas de sisal que além de isolar a área tiveram efeito paisagístico. 3) Organização do recolhimento de resíduos sólidos com a colocação de duas lixeiras ao longo da passarela de acesso. 4) Melhoria da infra-estrutura para banhistas com a instalação de dois chuveiros e dois banheiros públicos na parte lateral do Posto de Praia em questão.

As praias da Ilha de Santa Catarina vêm perdendo área em decorrência da ocupação de dunas frontais ao longo dos anos. A alteração e destruição dos ecossistemas litorâneos são fruto do intenso uso destas áreas para urbanização e lazer. O presente trabalho contempla a revegetação e manutenção de um ambiente natural nativo, contemplando também a utilização racional desse mesmo ambiente, contribuindo para a gestão da praia. O projeto abre um precedente para mobilização do poder público e da comunidade para recuperação ambiental de áreas alteradas, objetivando a gestão ambiental da praia. Além de enfatizar a importância ecológica deste ecossistema, se faz importante a sensibilização da sociedade e iniciativa privada, da necessidade da manutenção da vegetação fixadora de dunas para garantia da qualidade ambiental da praia através da manutenção de seus espaços de areia a da eficácia contra erosão marinha. A recuperação destas áreas por parte de alguns proprietários abre uma possibilidade de trabalho integrado com os órgãos de controle e fiscalização que através do bom senso garantirão a conservação destes espaços com o usufruto da população. Os órgãos ambientais têm feito o seu papel, aplicando a legislação vigente e principalmente orientando a população o cumprimento da mesma. Só ações integradas entre o poder público, comunidade e iniciativa privada podem traçar um modelo sustentável de desenvolvimento.