IMPRIMIR VOLTAR
B. Engenharias - 1. Engenharia - 3. Engenharia Civil

AVALIAÇÃO DE UM LISÍMETRO VOLUMÉTRICO NA DETERMINAÇÃO DIÁRIA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA

Caio Pagliaro Ramiro 1
Alexandre A. Ortega 2
Theophilo Benedicto Ottoni 3, 4
José Ronaldo de Macedo 2
Otto Corrêa Rotunno Filho 3, 4
(1. IGEO/UFRJ; 2. EMBRAPA/solos; 3. COPPE/UFRJ; 4. Politecnica)
INTRODUÇÃO:

A evapotranspiração é a forma preponderante de perda de água na maioria das bacias hidrográficas. Para determinar a evapotranspiração através de medidas diretas utilizam-se os equipamentos denominados de lisímetros. São estruturas similares aos tanques de evaporação, preenchidas com solo e providas de um sistema de drenagem  e de um instrumental de operação. As medidas podem ser volumétricas ou de massa,dependendo do tipo de lisímetro. Os lisímetros  volumétricos são mais simples de construir e operar. Eles permitem obter a evapotranspiração de uma cultura nele implantada, através do balanço dos volumes d’água durante um período com duração mínima de cerca de 10 dias. Em duração menores, há necessidade de medidas precisas de variação da umidade do solo.Este trabalho é parte integrante de uma pesquisa conjunta UFRJ/Embrapa Solos. Nele se pretende avaliar o desempenho de um lisímetro de acrílico,sem preenchimento de solo, de forma hexagonal, com 1,00m² de área e 30cm de altura.Inicialmente o aparelho será testado em condições de casa de vegetação.Ele foi desenvolvido com o intuito de medir a evapotranspiração potencial da grama batatais (Paspalum notatum L. ) , chamadas de evapotranspiração de referência , que é a base principal de calculo das demandas atmosféricas de água.O objetivo deste trabalho é descrever e instalar esse instrumento, bem como mostrar os primeiros resultados da avaliação do desempenho do mesmo em casa de vegetação.

METODOLOGIA:

O lisímetro a ser testado foi instalado numa casa de vegetação situada no terreno da sede da Embrapa Solos, no Rio de Janeiro. O equipamento foi apoiado em nível, sobre uma bancada da madeira, a cerca de 1,00m de altura do piso. O tanque evaporimérico recebe água de um tanque hidrométrico, com 1000 cm² de área, ou seja, com dimensão exatamente 10 vezes menor do que a área do lisímetro. A conexão entre os dois tanques é feita por um tubo de plástico ligado a uma válvula de bóia que mantém o nível d’água no lisímetro aproximadamente constante. A bóia acha-se instalada numa pequena câmara com tampa, chamada câmara de nível, adjacente ao lisímetro e a ele ligada hidraulicamente.. O lisímetro é preenchido por água na sua base até um nível  que é controlado pela altura de instalação da bóia na câmara de nível. A 15,5cm do fundo do lisímetro é apoiada uma bandeja móvel com fundo de tela que deve estar sempre acima do nível d’água. Nessa bandeja será realizado o cultivo hidropônico da grama batatais (Paspalium notatum L.), que deverá ser mantida entre 8 e 15cm de altura, conforme preconizado na descrição do cultivo de referência (Reichard e Timm, 2004). A introdução da solução nutritiva, juntamente com a água de alimentação, se dará através do tanque hidrométrico..O principal diferencial deste equipamento  é que nele não existe solo. A umidade do solo é o que torna impreciso os balanços hídricos visando a determinação diária da evapotranspiração via determinações volumétricas.

RESULTADOS:

Na primeira etapa evaporação média global foi de 0,79 (mm/d), para uma temperatura média do ar de 25,9°C no período em questão. Isso confirma que as perdas d’água através da cobertura morta não foram significativas naquelas condições. Se houvesse uma cobertura de grama viva com solo úmido dentro do lisímetro,  em vez de água, a diferença entre a taxa média de 0,75mm/d e a taxa média de evaporação direta do solo com a grama viva seria o erro introduzido pelo fato do lisímetro estar preenchido com água. Assim sendo, confirma-se que esse erro foi diminuto no experimento.Confirma-se também a boa curácia do processo de medição de taxas diárias de evaporação, já que as taxas medidas foram muito reduzidas (abaixo de 1,0 mm/d ) e mesmo assim foi possível a sua determinação.Na segunda etapa, E=2,17mm, com T=31,5°c. Isto indica que a camada morta de grama minimiza as perdas por evaporação direta do equipamento.Posteriormente, com o nível de água rebaixado em 15cm e a cobertura morta de grama recolocada constatou-se que E=0,59mm para T=36,7°c,contatando-se que abaixando o nível as perdas por evaporação são minimizadas.

CONCLUSÕES:
Os primeiros ensaios com o lisímetro testado dão a indicação de que ele é um instrumento promissor quanto à mensuração diária de evapotranspiração de referência, mesmo sendo um lisímetro volumétrico.Posteriormente, devem ser testados os procedimentos para  a implantação da grama hidropônica, incluindo a metodologia de aplicação da solução nutritiva, a partir dos quais devem ser iniciados os testes com o lisímetro implantado com a grama. Finalmente, toda a avaliação  deve ser repetida em condições reais de campo, com o lisímetro enterrado, num experimento onde as principais grandezas metereológicas sejam simultaneamente monitoradas.
Instituição de fomento: DEPEM/SESU MEC,FINEQ
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Evapotranspiração Potencial; Lisímetro; EMBRAPA/solos.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006