O projeto e uma iniciativa do Ministério da Saúde e da Educação, tendo como objetivo geral inserir temas relacionados com a saúde sexual e reprodutiva e DST/Aids em escolas, envolvendo na sua implementação as secretarias estaduais e municipais de saúde e educação.

            O Programa tem como população principal professores e gestores da educação, e atinge diretamente os estudantes, a família e a comunidades.

            Ao longo do curso de extensão Saúde Sexual e Reprodutiva e Prevenção das DST/Aids, promovido pela Escola de Extensão da Universidade de Brasília, e realizado em outubro de 2005, tivemos a oportunidade de conhecer experiências de professores em varias escolas e de identificar demandas dos mesmos para a adesão ao programa Saúde e Prevenção nas Escolas.

            O presente projeto busca responder a essas demandas e solicitações, iniciando um processo de sensibilização e mobilização de escolas interessadas e implementação de ações que possam contribuir para sua adesão ao referido programa.

            Dados do Ministério da Saúde comprovam que mais de 70% dos casos de Aids correspondem a indivíduos variando entre os 20 e 30 anos, sendo que uma parcela considerável desses pacientes contraiu o vírus na adolescência.

            Sendo a escola uma importante instituição constitutiva da formação de sujeitos sociais e políticos e abrigando cerca de 62% dos jovens e adolescentes, torna-se o local ideal para o desenvolvimento de políticas de educação e saúde que tem como base a vulnerabilidade dessa população.

O projeto esta sendo desenvolvido nas dependências da Universidade de Brasília - UnB, tendo como referencia o Instituto de Ciências Sociais.

O curso de extensão Saúde Sexual e Reprodutiva e Prevenção das DST/Aids foi realizado na Escola de Extensão da UnB, onde participaram professores e gestores de diversas instituições de ensino publico do Distrito Federal. Após a realização do curso foi ministrada uma pesquisa com o intuito de identificar as características do publico alvo.

O tratamento quantitativo e qualitativo dos dados da pesquisa foi realizado no Instituto de Ciências Sociais.

Foram observados dados referentes aos professores, gestores e alunos, dentre eles, daremos atenção especial à pergunta realizada aos professores e gestores a respeito dos principais problemas enfrentados por sua escola.

O problema mais citado foi relacionado às drogas. Entre as drogas citadas pelos professores estão o álcool, a maconha e drogas injetáveis, sendo que álcool foi o mais citado e que em alguns casos utilizaram-se apenas da palavra “drogas” sem especificar.

A gravidez e o início da vida sexual precoces são o segundo maior problema enfrentado pelos professores de ensino fundamental da rede pública do DF, segundo esta verificação. A carência de discussão a respeito de saúde e de direitos sexuais e reprodutivos dentro das escolas pode ser um fator que contribua para o agravamento de tal situação.

Outras questões citadas pelos professores de forma não muito enfática, como indisciplina, vandalismo, violência dentro e fora da escola, problemas com a família, defasagem do estabelecimento de ensino, dentre outras, também foram citadas, porem drogas e gravidez somam mais de 50% dos dados observados.

A partir da analise dos dados da pesquisa realizada foi possível concluir que as drogas e a gravidez precoce estão presentes na vida escolar de forma ativa e que por isso é necessário um tratamento destas questões.

Com relação as drogas entende-se também que não é interessante que esse tratamento seja aplicado de forma extremista: nem proibitivo, nem incentivador. Logo, o que pode ser feito por parte dos docentes e dos gestores não é só uma fiel obediência ao que está nos livros didáticos, e sim que eles ao tratarem a temática drogas, como algo pertencente à realidade da escola, possam junto com os estudantes promover estudos e discussões sobre o que realmente acontece nesse ambiente, obedecendo às demandas dos estudantes.

A respeito da gravidez precoce, entende-se que a carência de discussão a respeito de saúde e de direitos sexuais e reprodutivos dentro das escolas é um fator que contribui para o agravamento de tal situação, logo se percebe a necessidade de uma maior atenção por parte dos professores aos alunos, no que concerne a esse tema, de forma ampla, não só tratando o aspecto da saúde como também trabalhar os direitos sexuais.

Enfim, o papel dos professores e gestores é, primeiramente, de não fechar os olhos para o que acontece dentro da escola, tratar as questões de forma não preconceituosa, promover discussões horizontalizadas sobre a temática em questão, de forma a contemplar as demandas da escola de forma contínua e não como uma atividade única e isolada.