As projeções sobre o envelhecimento da população brasileira apontam para 2025 os idosos representarem um quinto da população mundial.  Existe, assim, interesse em conhecer as múltiplas facetas do processo de envelhecimento humano. As crescentes “crises sociais” do capitalismo acentuam as desigualdades sociais verificadas pelo empobrecimento e miserabilidade de grandes aglomerados humanos, e exigem novas e contundentes posturas de intervenção por meio de planejamento social e políticas sociais universais. O agravamento do empobrecimento da população envelhecida está relacionado às aposentadorias defasadas e suas conseqüências sociais, econômicas, políticas.  O envelhecimento e a aposentadoria significam quebra na dinâmica de vida da pessoa, queda da renda e difícil adaptação à nova etapa cronológica da vida. O objetivo dessa pesquisa é o de conhecer as manifestações da questão social no que tange às condições de vida da população idosa aposentada e muitas vezes afastada do mundo do trabalho acima de 40 anos, em Franca, aposentados ou não da industria calçadista.

A pesquisa realizada de cunho teórico e bibliográfica versa sobre as seguintes categorias: mundo  do trabalho, a questão social, o processo de envelhecimento da população e aposentadoria. Optamos, para a pesquisa, pelo método dialético em função do seu potencial analítico, interpretativo e de percepção global possibilitado pela categoria analítica de totalidade.

O levantamento bibliográfico, sobre a temática do envelhecimento aponta para um expressivo crescimento populacional de idosos e de escassez de serviços e políticas sociais que propiciem acesso à conquista da cidadania, efetivação de direitos e qualidade de vida. O Capitalismo, hoje, é diferente daquele pós Revolução Industrial, pois sofreu transformações de cunho neoliberal em sua fase monopolista de Estado. Essas mudanças erodiram a base do sistema de proteção social do Estado que reflete a intervenção mínima no social, pois só repõe e amplia as condições que reproduzem a pauperização, insegurança e vulnerabilidade social de pessoas e grupos.

A sobrevivência da velhice no capitalismo projeta, para o mundo do trabalho, precarização, pauperização e dificuldade de manutenção da vida com a renda previdenciária tão defasada ao longo dos anos. Assim, entender esses mecanismos da proteção social, da pobreza e do envelhecimento com vistas a criar novas formas de enfrentar a reestruturação produtiva do capital e a redução de seus efeitos torna-se papel relevante da pesquisa do Serviço Social junto a essa população e sua manifestação junto à questão social.