O uso indiscriminado de agroquímicos ainda é uma realidade e a busca por alternativas eficientes e menos agressivas ao meio ambiente é um desafio permanente. Na produção agroecológica, são utilizados vários métodos de suplementação nutricional, dentre os quais se destacam os biofertilizantes Supermagro, Bokashi e produtos de compostagem ricos em microrganismos, que são adicionados ao substrato de cultivo. Esses métodos agregam vantagens, como a oferta de macro e micronutrientes que são disponibilizados pela decomposição da matéria orgânica. A obtenção de mudas de qualidade depende da fertilidade e de outras características do substrato, que pode ser, também, rico em microrganismos. Estes são principalmente bactérias, fungos e algas, que ocorrem naturalmente em solos ricos em matéria orgânica e que, além de estimular o crescimento das plantas, as ajudam na defesa contra pragas e doenças, como já observado em trabalhos realizados anteriormente na Epagri – Estação Experimental de Itajaí. Portanto, o uso de MEP (Microrganismos Estimulantes e Protetores) torna-se um promissor substituto aos agrotóxicos e aos adubos químicos na produção de mudas, o que interessa aos sistemas agroecológicos de produção. Sendo assim, o presente trabalho teve o objetivo de isolar bactérias de material de compostagem, com possível importância na nutrição e proteção de plantas.

Após a coleta do material de compostagem, este foi peneirado e dissolvido em água destilada esterilizada numa proporção de 1:1. Após 12h, a mistura foi coada e a porção líquida acrescida de 50ml L^-1 de melado de cana e incubada por 24h a 28ºC. Em câmara de fluxo, foram feitas duas diluições seriadas (1:100.000, 1:1.000.000) em solução salina 0,85% estéril. Alíquotas de 100μl de cada diluição foram inoculados em placas de Petri com 20ml de meio TSA (Triptona de soja e agar). Foram feitos dois isolamentos em épocas distintas, ambos seguindo o delineamento completamente casualizado com quatro repetições por tratamento (diluições) sendo utilizado dois controles: (i) controle positivo - bactérias viáveis inoculadas em meio TSA para verificar a viabilidade do mesmo; (ii) controle negativo - inoculação de solução salina confirmando a ausência de contaminação. As placas foram incubadas a 28ºC por 48h. Após a quantificação de UFCs (unidades formadoras de colônias), aplicou-se o teste estatístico de Duncan e procedeu-se à purificação das morfologias e pigmentações encontradas. Para auxiliar na caracterização da atividade e entender o papel desses microrganismos no meio ambiente, foram aplicados testes de Gram e bioquímicos, tais como oxidase, catalase, urease, metabolismo oxidativo/fermentativo, utilização de citrato e produção de indol, gás e H₂S, além dos testes morfológicos como tipo e arranjo celular.