Na rede pública de ensino do Estado de São Paulo é freqüente a constatação de professores de Física insatisfeitos durante o desenvolvimento de sua prática de ensino em sala de aula, A maioria dos alunos mostra-se desmotivada e, em geral, manifestam  desinteresse e até receio desse componente curricular. Sabe-se que a maior parte dos alunos concluintes do ensino básico das escolas públicas não continuará seus estudo numa graduação em ciências exatas. E menor ainda será a parcela que optará em estudar Física. No entanto, prosseguindo ou não os estudos, todos os alunos, sem exceção, poderão fazer bom uso do conhecimento da Física como recurso para sua vida pessoal, social e principalmente profissional. Desse modo, considera-se importante a identificação de recursos que possam ser desenvolvidos no processo de aprendizagem relacionado a essa área do conhecimento que sejam essenciais para a totalidade dos alunos. Neste novo contexto é necessário que ocorra uma transformação na sala de aula na maioria de nossas escolas, uma vez que ainda reproduzem os paradigmas que exigem formação em massa e em série, porque cada aluno deve ser entendido não apenas como um elemento racional e receptáculo de informação, mas também, um ser particularmente repleto de emoções e sentimentos.

Por meio de seminários é possível desenvolver não apenas a capacidade de pesquisa e de análise sistemática de fatos e informações, mas também a capacidade de reflexão e raciocínio, permitindo ao aluno a elaboração e apresentação clara e objetiva de trabalhos que o levem a compreender os fenômenos naturais e as tecnologias relacionadas com esta área do conhecimento interagindo assim com o meio ambiente e a sociedade contemporânea. Essa técnica é centralizada na ação do aluno sobre o objeto da aprendizagem tendo por base a cooperação entre os integrantes dos grupos de trabalho. Tanto o professor quanto o aluno deixam de ser sujeitos passivos para se transformarem em sujeitos ativos, capazes de propor ações coerentes que propiciem a superação das dificuldades encontradas.

A metodologia de incentivo à pesquisa empregada induziu o processo de aprender a aprender,  favorecendo uma prática na qual o aluno tende a ser o construtor de seu próprio conhecimento e, assim, afasta-se de uma postura passiva para tornar-se mais participativo, em um ambiente propício à discussão de teorias em sala de aula. É possível supor que o grande envolvimento verificado esteja relacionado ao fato de que a maioria dos alunos foi movida pelo prazer da descoberta, da investigação e da pesquisa, como mecanismo para sanar as suas dúvidas, afloradas ao longo das discussões promovidas nas aulas. O aprofundamento dos estudos proporcionado pela realização da pesquisa mostrou-se capaz de promover a aprendizagem. Outro ponto importante foi a escolha dos temas para os seminários, porque não podemos mais ensinar tópicos de conteúdos como se fossem capítulos estáticos e sim, ter como objetivo fazer com que os alunos se apropriem dos conhecimentos adquiridos durante as pesquisas dos temas propostos.

Com o objetivo de dar continuidade a formação de cidadãos críticos e conscientes, capazes de interagir de todas as formas dentro de um cenário em contínua transformação, este trabalho mostra os resultados de atividades onde se conclamam os professores a envolver-se num processo de transformação da prática pedagógica que privilegie o aluno na busca da formação de um cidadão pleno, que ao aprender Física, incorpore um saber abstrato e de resolução de problemas que lhe seja útil no seu cotidiano. Nesse sentido o importante é pensar e refletir fisicamente e libertar o aluno de ser um acumulador de conceitos.