A faveira Dimorphandra mollis é uma espécie da família Fabaceae-Caesalpinoideae típica de cerrado. É uma planta decídua, heliófita, pioneira, seletiva xerófita, característica do cerrado e campo cerrado. Apresenta ampla e continua dispersão por quase todo o cerrado do Brasil Central. Ocorre preferencialmente em terrenos altos e bem drenados, geralmente em moderada densidade populacional. Pode ser encontrada tanto em formações primárias como secundárias A madeira é empregada para tabuado, compensados, brinquedo e para lenha e carvão.A casca é rica em tanino e outrora é utilizada para curtir couro. A árvore apresenta qualidades ornamentais que a recomendam para o paisagismo. Pela ampla adaptação à terrenos secos e pobres, é ótima para o plantio em áreas degradadas de preservação permanente. A quebra de dormência é um método muito utilizado em viveiros de produção para aumentar a velocidade de germinação de sementes, o que viabilizariam mudas em intervalos de tempo menores e com maior eficiência. Muitas espécies apresentam dormência, que é uma característica fisioecológica de fundamental importância na perpetuação de muitas espécies. A seleção do melhor tratamento pré-germinativo busca abreviar, aumentar e uniformizar a germinação de sementes, visando auxiliar na velocidade e qualidade de germinação, para mais rápido repovoamento arbóreo.

O experimento foi conduzido no Centro de Desenvolvimento Ambiental (CDA) da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) em Araxá - MG. As sementes foram submetidas a seis diferentes métodos de quebra de dormência, que foram: imersão em ácido sulfúrico concentrado (98%), por um minuto e outro por cinco minutos; imersão deste mesmo ácido sulfúrico diluído a 50%, por um minuto e outro por cinco minutos; imersão em água em ebulição, por um minuto; escarificação mecânica em superfície áspera; e testemunha, cujas sementes não sofreram nenhum tipo de tratamento. E logo foram acondicionadas em recipientes plásticos contendo terra do cerrado. Estas foram levadas ao viveiro de mudas a céu aberto, dispostas em um delineamento de blocos causalisados, com  quatro blocos, sete tratamentos e seis repetições em cada tratamento. O monitoramento se iniciou logo após o plantio e seguiu em intervalos de 10 em 10 dias. Os resultados foram submetidos a uma análise de variância e avaliados pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância.

Ao avaliar a velocidade de germinação das sementes de faveira, observou-se que houve diferenças estatísticas significativas em relação aos métodos de superação de dormência. O tratamento de sementes utilizando a escarificação mecânica foi o que obteve o melhor resultado, diferindo dos demais e apresentando uma média de germinação de 16 dias após plantio. O ácido sulfúrico diluído a 50% por cinco minutos foi o pior método de superação de dormência, com médias de germinação de 37 dias após plantio. Pelo teste de Tukey, também foi possível observar diferenças estatísticas ao analisar a porcentagem de germinação. Novamente o método de superação de dormência pela escarificação mecânica das sementes superou os demais tratamentos com 95,8% de germinação, quando comparado com o ácido sulfúrico a 98% por cinco minutos e com a testemunha, que apresentaram 16,6% de germinação.