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D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 5. Nutrição

AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO DO AR EM SERVIÇOS DE ALIMENTAÇÃO

Joice de Fátima Laureano Martins  1
Raquel Monteiro Cordeiro de Azeredo  1
Regina Célia Rodrigues Miranda Milagres  1
Ana Íris Mendes Coelho  1
Ângela Maria Campos Santana  1
(1. Universidade de Federal de Viçosa)
INTRODUÇÃO:
Diversas são as fontes de agentes etiológicos das doenças de origem alimentar, a partir das quais os alimentos são contaminados. Neste estudo, o ar ambiental foi avaliado como fonte potencial de bactérias esporuladas, representadas pelo grupo de Bacillus cereus, e de microrganismos mesófilos aeróbios, em três restaurantes self-service do município de Viçosa-MG. A partir desses dados, objetivou-se contribuir para a redução de riscos das referidas enfermidades, por meio da identificação das necessidades relacionadas a práticas de higiene eminentemente preventivas.
METODOLOGIA:

Foram realizadas três repetições de coletas em diferentes ocasiões, sempre precedidas por procedimentos de higienização habituais a cada local. As amostras de ar foram obtidas e analisadas pelo método de sedimentação simples (APHA, segundo Evancho et al., 2001). Assim, placas de Petri contendo ágar PCA foram utilizadas para a contagem de microrganismos mesófilos aeróbios e ágar MYP para a contagem presuntiva de Bacillus do grupo Bacillus cereus, as quais foram expostas por 15 minutos em pontos ambientais previamente definidos, nos locais de produção de refeições desses restaurantes. As placas foram então tampadas, imediatamente transportadas ao laboratório e incubadas a 35°C por 24 a 48 horas para o cultivo de microrganismos mesófilos aeróbios e a 32oC por 18 a 24 horas para o cultivo de bactérias do grupo de Bacillus cereus. As contagens de Unidades Formadoras de Colônias (UFC) foram expressas como contaminação por cm2/semana. As análises foram desenvolvidas no Laboratório de Higiene de Alimentos do Departamento de Nutrição e Saúde da Universidade Federal de Viçosa, MG.

RESULTADOS:

A contaminação por microrganismos mesófilos aeróbios foi observada em 100% das amostras, alcançando níveis superiores ao limite de 30 UFC/cm2/semana, padrão sugerido pela American Public Health Association (APHA, 2001). Em um dos restaurantes, essa contagem de mesófilos chegou a 103 UFC/cm2/semana, valor 30 vezes superior ao limite preconizado. Bacillus cereus foi detectado em 18,51% do total de amostras de ar, sendo sua presença observada em todos os restaurantes pesquisados, em níveis de até 20,67 UFC/cm2/semana.

CONCLUSÕES:

O ar dos ambientes analisados mostrou-se com potencial expressivo para transferir aos alimentos números significativos de bactérias eventualmente patogênicas. Disso se depreende que são requeridos incrementos em ações de higiene ambiental, incluindo procedimentos de sanitização, aprimoramento dos fluxos de operações e do próprio sistema de circulação de ar, de forma que os alimentos sejam manipulados em condições de segurança, possibilitando a redução dos riscos de enfermidades transmitidas por alimentos.

Instituição de fomento: Fapemig e CNPq
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Bacillus cereus; microrganismos mesófilos aeróbios; ar.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006