Os solos tropicais, em geral, apresentam baixa concentração de zinco (Lopes, 1983), seja pelo material de origem ou pelas práticas de cultivo com uso intensivo de cultivo sem a devida reposição. Na literatura são apresentados diversas causas da deficiência de Zn em culturas, como: teores baixos de Zn no solo, calagem excessiva, baixos teores de matéria orgânica, temperaturas baixas, excesso de insolação, alto teor de P no solo ou na adubação, aplicações de N e restrição para o desenvolvimento das raízes (Lucas & Knezek, 1972). Assim, a deficiência de Zn é reconhecida como problema nutricional mundial para a produção das culturas (Fageria, 2001). Isto ocorre porque o Zn desempenha funções importantes nas plantas, especialmente, como ativador enzimático, sendo requerido para a síntese do aminoácido triptofano, um precursor da biossíntese do AIA (Malavolta, 1980). O presente trabalho tem como objetivo avaliar doses e fontes de Zn aplicado à semente na produção de matéria seca de plântulas de arroz cv. Caiapó.

O trabalho foi desenvolvido em condições de casa de vegetação na FCAVJ/UNESP, com a cultura do arroz (Oryza sativa) cultivar Caiapó. Utilizou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado, em esquema fatorial 4x2+1, sendo 4 doses de Zn (1; 2; 4 e 8g de Zn.kg^-1 de sementes) e 2 fontes de zinco (sulfato de zinco - 22% de Zn, e o óxido de zinco - 50% de Zn) e 1 testemunha (controle), em três repetições. A unidade experimental foi uma bandeja de polietileno translúcido preenchida com 5 L de areia grossa lavada, com 50 sementes. Aos 30 dias avaliou-se a produção de matéria seca do arroz (parte aérea, raiz e planta inteira).

Observou-se que houve efeito significativo das doses de zinco sobre a produção de matéria seca do arroz. No entanto, as fontes de Zn foram significativas apenas para a matéria seca de raiz, ocorrendo o mesmo para a interação da matéria seca na parte aérea. As doses de zinco afetaram de forma quadrática a produção de matéria seca das plantas. Observou-se, incremento da matéria seca na parte aérea de 23 e 31% para as fontes de sulfato e óxido de zinco, respectivamente na dose de 8g Zn.kg^-1 semente. Já para o acúmulo de matéria seca na raiz, o aumento foi de 45 e 33% nas doses de 3,1 e 2,9g Zn.kg^-1 semente, para as fontes de sulfato e óxido de zinco, respectivamente. E isto, resultou em aumento da matéria seca da planta inteira, de 3,24g para 4,71g e 4,32g, quando se utilizou o sulfato e o óxido de zinco, respectivamente. A resposta positiva do Zn aplicado às sementes, também foi obtido em outras culturas como milho (Ribeiro et al., 1992) e em trigo (Cheng, 1955). Entretanto, as doses de Zn adequadas na cultura do arroz, está bem superior à recomendada por Ribeiro et al. (1992), na cultura do milho, em tratamento de sementes (0,5g Zn.kg^-1 de semente). Este fato, possivelmente ocorre devido a maior exigência de Zn pela cultura do arroz, comparado com a cultura do milho.

A aplicação de Zn em sementes na forma de sulfato como na forma de óxido proporcionou acréscimo na produção de matéria seca do arroz cv. Caiapó. A fonte de zinco na forma de sulfato, foi mais eficiente que a fonte óxido, pois proporcionou ganhos mais expressivos na produção de matéria seca da raiz, e também da parte aérea. A dose de sulfato de zinco, que propiciou o maior acúmulo de matéria seca e, portanto indicada para o desenvolvimento inicial das plântulas de arroz cv. Caiapó foi de 3,1 à 8,0 g Zn kg^-1 semente.