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C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 2. Bioquímica dos Microorganismos

TRIAGEM DE FUNGOS CELULOLÍTICOS DA REGIÃO AMAZÔNICA COMO FORNECEDORES DE LIPASES PARA BIOTRANSFORMAÇÕES

Sandra Patricia Zanotto 1
Ademir Castro e Silva 1
Luiza Fernanda Moraes dos Santos 1
José Renato Pereira Cavallazzi 1
(1. Escola Superior de Ciências da Saúde / Universidade do Estado do Amazonas- UEA )
INTRODUÇÃO:

Este trabalho é parte de um projeto maior que visa à obtenção de cepas de fungos da região amazônica produtores de enzimas de interesse industrial. Sabe-se que os fungos são uma importante fonte de enzimas industriais e a região amazônica, por sua vez, é um reservatório de espécies com grande potencial de utilização. Os fungos degradadores de madeira produzem várias enzimas, entre elas enzimas hidroliticas, necessárias ao rompimento da parede celular. As enzimas hidrolíticas, como as lipases, são os agentes de biocatálise mais utilizados para sínteses orgânicas, e vêm conquistando uma faixa crescente do mercado de enzimas industriais. As características de enantio e estereosseletividade das lipases permitem sua utilização na resolução de misturas racêmicas e remoção seletiva de compostos do meio reacional de difícil realização por via química. Além disto, podem apresentar excelente estabilidade na presença de solventes orgânicos nos quais os substratos destas reações são solúveis. A demanda industrial por novas fontes de lipases está continuamente estimulando o isolamento e a triagem de novos microrganismos lipolíticos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a capacidade de produção de lipases por isolados de fungos celulolíticos da floresta amazônica.

METODOLOGIA:
Os fungos degradadores de madeira Pycnoporus sanguineus PIC 07, Trametes sp. (isolados FSF 07, FSF 011 e CDG 31) utilizados neste trabalho foram cultvados por 16, 6, 7 e 7 dias, respectivamente, em meio BDA acrescido de cloranfenicol (250 mg/L). Após esse período, os isolados foram repicados para placas de Petri contendo meio composto de peptona (5 g/L), extrato de levedura (3 g/L), ágar (10 g/L), e 1% de tributirina. Um isolado de mandioca (Manihot esculenta) e um isolado de castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa) sabidamente produtores de lipases foram utilizados como controles positivos. As culturas foram incubadas e acompanhadas por 30 dias.
RESULTADOS:
A formação de um halo translúcido circundando a cultura é indicativa de atividade lipolítica. Após 30 dias de cultivo foram observados halos nos controles positivos. Os quatro isolados de fungos degradadores de madeira testados não foram capazes de formar um halo de degradação da tributirina sob as condições utilizadas neste estudo, indicando ausência de atividade lipolítica.
CONCLUSÕES:

Os resultados obtidos sugerem que os fungos degradadores de madeira talvez não sejam uma boa fonte de enzimas lipolíticas. Outros isolados de fungos pertencentes a esse grupo serão testados quanto à sua capacidade de produção de lipases. No entanto, a investigação de outros grupos de fungos como fontes destas enzimas se faz necessária.

Instituição de fomento: Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas - FAPEAM
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Fungos; Lipases; Amazônia.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006