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A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 4. Química de Produtos Naturais

AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE FRENTE À Artemia salina DA PLANTA Coussarea platyplylla (Rubiaceae) 

Anderson Vitor da Silva 1
Francieli Casassa Vieira 1
Silvana M. de Oliveira Santin 1
Cleuza Conceição da Silva 1
Maria Conceição de Souza 1
(1. Universidade Estadual de Maringá)
INTRODUÇÃO:

Existem poucos estudos químicos e farmacológicos para plantas do gênero Coussarea. Em estudos já realizados há relatos de triterpenos com esqueleto básico lupano, entre eles o lupeol, a betulina e o ácido betulínico, isolados de C. paniculata. De C. macrophylla foram isolados antracenos, antraquinonas e o triterpeno ácido 3-epi-espatódico, conhecido por possuir atividade anti-HIV. Os triterpenos isolados de C. brevicaulis, os ácidos 3-epi-espatódico e coussárico apresentaram atividade quimiopreventiva frente a células tumorais. Tendo em vista o isolamento destes triterpenos, o trabalho foi iniciado pelas frações menos polares. O trans-fitol, os esteróides 24α-metil-colesta-5-enol (campesterol), 24ξ-etil-colesta-5,22-dienol e 24α-etil-colesta-5-enol (sitosterol) e os ácidos betulínico e betulônico foram anteriormente isolados das frações hexânica e clorofórmica.

No presente trabalho é descrito o bioensaio de toxicidade frente à Artemia salina. Este procedimento é simples, e detecta um amplo espectro de atividades e apresenta uma correlação com ensaios de citotoxidade e atividade antitumoral. Em função da facilidade de realização do teste e as substâncias presentes no gênero, foi realizado o teste de toxicidade frente a Artemia salina dos extratos brutos das folhas e galhos, bem como das frações hexânica, acetato de etila e hidrometanólica das folhas.

 

METODOLOGIA:

A planta foi coletada na bacia de inundação do Rio Paraná, Bataiporã –MS, em abril de 2004. As folhas e galhos (600 g e 400g) foram secos ao ar, moídos e submetidos à extração por maceração em metanol, resultando em 59 g de extrato bruto das folhas e 13g de extrato bruto dos galhos. Parte do extrato bruto das folhas (39g) foi solubilizado em MeOH/H2O 7:3 e particionado, resultando em quatro frações, sendo elas: hexânica, clorofórmica, acetato de etila e hidrometanólica. Os extratos brutos das folhas e galhos, bem como as frações das folhas foram testados segundo a metodologia de Meyer. Este teste consiste em transferir aproximadamente 7-10 larvas de Artemia salina para tubos de ensaio contendo solução salina e o extrato a ser testado em diferentes concentrações (50 a 1000 μg/ml). Após 24 horas de contato conta-se os animais mortos. A DL50 foi obtida através do gráfico da % de animais mortos em função do logarítimo da dose testada. O teste foi realizado em triplicata. É considerada tóxica a amostra que apresentar DL50 < 1000 ppm.

 

RESULTADOS:

Os extratos e as frações foram testados nas concentrações de 50, 100, 200, 600 e 1000 ppm. O teste branco obteve 0% de mortos. O extrato bruto das folhas e dos galhos apresentaram  DL50 = 76,2 e 508,2 ppm. Foi observado  DL50 = 233,5 ppm para a fração hexânica, DL50 = 460,1 ppm para a fração acetato de etila e DL50 = 389,0 ppm para a fração hidrometanólica. Os extratos testados bem como as frações, mostraram-se tóxicos frente a Artemia salina, todos com DL50 < 1000 ppm.

 

 

 

CONCLUSÕES:

Os resultados obtidos em todos ensaios foram bons, sendo que o extrato bruto das folhas mostrou-se mais tóxico frente a Artemia salina com DL50 = 76,2 ppm.

Instituição de fomento: Fundação Araucária, CNPq
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Rubiaceae; Coussarea; artemia.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006