A pesquisa visa analisar a sobrevivência e transformação dos folguedos e danças em Pernambuco. Esse trabalho faz parte do projeto Manifestações Populares no Nordeste: Postais das Danças e Folguedos de Pernambuco iniciado pelo Centro de Estudos Folclóricos Mário Souto Maior e Fundação Joaquim Nabuco. As culturas populares apresentam como características, a busca das necessidades imediatas, ambivalência e resistência que para sobrevirem se apropriam do simbólico de acordo com seu trabalho e modo de vida. Assim, as danças são movimentos rítmicos do corpo acompanhando a música que pode aparecer como parte de um folguedo e mesmo ser a parte sobrevivente dele. Os folguedos são caracterizados pela dramatização e que tem origens nos autos natalinos. Essas manifestações populares em Pernambuco sofrem mudanças do início de sua formação às sobrevivências nos dias atuais.

O processo de investigação dessa pesquisa foi dividido em partes, que consistem em: análise teórica do problema a ser estudado; análise dos benefícios e malefícios causados pela utilização da tecnologia nas culturas populares; mapeamento e catalogação de um roteiro das manifestações populares de Pernambuco através de pesquisas em documentos, sites, bibliografias clássicas e atuais, relacionadas ao folclore, comunicação e sociedade, entre outras fontes como: jornais, revistas e materiais informais; conceituação das manifestações populares encontradas nos municípios do estados de Pernambuco contendo: a origem, os personagens, a indumentária, o local de atuação e os instrumentos utilizados; entrevistas semi-estruturadas com os fazedores da cultura popular estudada; e finalmente a análise dos dados coletados nas entrevistas, ou seja, os resultados encontrados em relação à sobrevivência e transformação dessas manifestações em Pernambuco. Utilizamos como analise as teorias de Luis Câmara Cascudo, Nestor Garcia Canclini, Carlos Rodrigues Brandão, Hermilo Borba Filho, Roberto Benjamin, Renato Ortiz entre outros.

Os resultados encontrados foram diagnosticados no cotidiano dos brincantes, bem como: no maracatu rural - o surrão era elaborado com pele de carneiro, hoje eles utilizam pelúcia; na capoeira - eles passaram a utilizar a companhia para chamar os seus integrantes substituindo o assobio; as maiorias das manifestações utilizam o TNT em suas vestimentas para não estragar a fantasia, substituição do estandarte por banners, mudanças na hora da apresentação que evidenciam todos os integrantes do banco, ou seja, os músicos são apresentados como uma banda ou conjunto, o que antes não ocorria, o candeeiro passou a ser com a lâmpada e movido a eletricidade. Esses atributos modificam e modificaram as manifestações populares em Pernambuco para sobreviverem e se adaptarem aos acontecimentos da contemporaneidade.