As sociedades atuais estão inseridas num modelo econômico que impulsiona a exploração imediata, contínua e progressiva dos recursos naturais (e das pessoas) sendo que os lucros da destruição beneficiam apenas uma pequena parcela da sociedade, enquanto a restante sofre as conseqüências mais visíveis do uso predatório. A ocupação humana tem trazido graves problemas ambientais, pois vem acompanhada de intensa exploração e destruição dos recursos naturais. Na tentativa de preservar o equilíbrio ecológico dos mais diversos ambientes, são implantados os parques ambientais, onde possivelmente a natureza poderia manter-se resguardada das agressões antrópicas. No entanto apenas cercar e “proteger” áreas do acesso humano não é suficiente para garantir a sobrevivência do ambiente natural, é preciso a participação completa da sociedade. O Parque Estadual do Bacanga localizado em São Luís-MA, é um exemplo disto, pois apesar da importância da flora, fauna e dos mananciais, diversas atividades ilícitas são realizadas no parque, sem que a fiscalização dos órgãos responsáveis possa impedir. Dessa forma, muitas ocupações irregulares foram instaladas nesta área, desencadeamento diversos problemas ambientais.

A metodologia adotada para elaboração do trabalho compreendeu os métodos: Dedutivo, que estabelece os modelos típicos das formas que derivam das atividades dos agentes modeladores da paisagem, e, indutivo, mediante o desenvolvimento da observação qualitativa, através da percepção ambiental. Foram realizados os seguintes procedimentos: levantamento e analise bibliográfica, cartográfica, aplicação de questionários com os moradores e trabalhos de campo para a observação das características do ambiente, onde foram identificados processos erosivos e remoção ilegal da cobertura vegetal.

No Parque Estadual do Bacanga, criado no ano de 1980, localizado no município de São Luís-MA, podem ser observados problemas referentes a retirada da cobertura vegetal, para fins lucrativos, o que contraria o objetivo principal da existência de uma reserva ambiental, a erosão e o assoreamento intensificados, ameaçando a existência futura da reserva.

A área de estudo possui características físicas que favorecem a modificação do relevo, destacando – se temperaturas elevadas, alto índice pluviométrico, litologia sedimentar, estratificada e pouco consolidada. Entretanto, é a ação antrópica que tem contribuído para desencadear processos erosivos a partir da retirada da cobertura vegetal e extração mineral, sendo que foram identificadas três voçorocas, em áreas onde a degradação ambiental é mais visível, devido a exposição do solo aos agentes intempéricos. Tais alterações resultam do descaso dos órgãos competentes com o ecossistema local e da falta de consciência da população. Com isso, a continuidade das ações predatórias contribui para o aumento dos danos ambientais e diminuição da qualidade de vida da população.

As áreas onde foram identificados processos de erosão, desmatamento e assoreamento, intensificados por atividades humanas, têm condições mais favoráveis de recuperação a partir da adoção de medidas inibidores da agressão ambiental tais como: aplicação da lei de crimes ambientais aos infratores e ações mitigadoras destinadas a promover a recuperação das áreas degradadas, bem como a contenção do avanço da degradação através de investimentos do poder público em instrumentos e técnicas de preservação e recuperação ambiental.