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A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 3. Química Analítica

ESTUDO DA PRESENÇA DE HISTAMINA-ESCOMBROTOXINA EM AMOSTRAS DE SUSHI COMERCIALIZADOS NA CIDADE DE FORTALEZA-CE

Liza Araújo Aguiar 1
Antonio Onias Mesquita Veras  1
Mariano George Sousa Vieira  1
Ângela Maia dos Santos  1
Francisco Átila de Lira Gondim  1
Selene Maia de Morais  1
(1. Departamento de Química, Universidade Estadual do Ceará / UECE)
INTRODUÇÃO:

Alimentos de origem animal, em particular o pescado, são mais susceptíveis à degradação devido à neutralidade do seu pH. Tal processo é verificado pela decomposição da carne e número de microorganismos presentes, favorecidos pelas más condições de higiene e refrigeração insuficiente durante o transporte ou estocagem. A histamina, 4(2-aminoetil)imidazol, é uma amina biogênica, formada pela descarboxilação de L-histidina por de enzimas de bactérias durante a decomposição de peixes. A ela tem sido associada o envenenamento escombrídeo semelhante à uma reação alérgica. A histamina não é volátil, e a toxidade do produto pode ser constatada antes do produto estar visivelmente deteriorado. Seu controle é particularmente difícil, pois resiste ao tratamento térmico e pode estar presente ainda que o produto esteja comercialmente estéril. A legislação brasileira permite a concentração de 100 ppm de histamina no músculo do peixe, mas a FDA (Food and Drug Administration - EUA) preconiza 50 ppm. O objetivo desse trabalho foi o de analisar o teor de histamina em sushi elaborado a partir de atum e salmão comercializados em 5 restaurantes no município de Fortaleza, tendo em vista que essa iguaria é uma especialidade oriental bastante consumida nos dias de hoje, e tem como base de preparação o peixe cru, dessa forma avaliando as condições de transporte, estocagem até o consumo.

METODOLOGIA:

O objetivo desse trabalho foi o de analisar o teor de histamina em sushi elaborado a partir de atum e salmão comercializados em 5 restaurantes no município de Fortaleza, tendo em vista que essa iguaria é uma especialidade oriental bastante consumida nos dias de hoje, e tem como base de preparação o peixe cru, dessa forma avaliando as condições de transporte, estocagem até o consumo.

RESULTADOS:
Os resultados foram obtidos para duas especialidades de peixes: o sushi de salmão e de atum. Para as amostras de salmão o restaurante que obteve o valor mais elevado do teor de histamina foi o Restaurante 2 com concentração de 8,791 mg/100g de peixe. Para as amostras de Atum o restaurante que obteve o maior valor do teor de histamina foi o Restaurante 1 com concentração de histamina de 7,045 mg/ 100g. Pode-se observar também que com o passar do tempo as amostras dos cinco restaurantes analisados apresentaram um aumento significativo na concentração de histamina.
CONCLUSÕES:

É possível concluir que as amostras analisadas apesar de estarem abaixo da média permitida (< 10mg/100g) possuem valores muito altos de histamina, podendo causar reações alérgicas a indivíduos sensíveis, já que para alguns autores concentrações de histamina com valores de 5 mg/100g de peixe já são consideradas tóxicas, chamando atenção dessa forma, para que os órgãos de vigilância sanitária e os estabelecimentos que trabalham com esse tipo de produto, tenham conhecimento da magnitude do perigo, estando atentos às condições de transporte, manuseio e estocagem com a finalidade de evitar o aumento dos níveis de histamina que ocorre após certo período de tempo.

Instituição de fomento: CNPq / Funcap
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Aminas biogênicas; teor de histamina; sushi.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006