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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)

A PRÁTICA PEDAGÓGICA E O INCENTIVO À PRODUÇÃO CIENTÍFICA

Maura Luciane Hinselmann  1, 2
Jacqueline Rauter de Vasconcellos  3
Alexandre Ari Monich  1
(1. CNEC Colégio José Elias Moreira; 2. Instituto Superior e Centro Educacional Luterano BOM JESUS/IELUSC; 3. Abril Educação – Editora Scipione)
INTRODUÇÃO:

Ensino e pesquisa são indissociáveis. O aluno deve ter a oportunidade de construir um aprendizado criativo e inovador em que a curiosidade, a observação, a experimentação e a  investigação científica permitam a formação de um sujeito crítico e atuante no processo. O incentivo à produção científica de forma sistematizada com a coleta de dados, a análise e a apresentação dos resultados à comunidade devem servir como ponto de partida à iniciação científica na educação básica. Nesse contexto, é preciso discutir e refletir a respeito de como sensibilizar a equipe docente a arriscar e inovar as suas práticas pedagógicas, provocando um desejo  de mudança.  A efetivação da mudança permite a escolha de diferentes caminhos e ações que são peculiares de cada profissional. Contudo, fomentar a motivação e desafiar o educador a perceber a necessidade de uma busca contínua do aprender como uma forma de progresso intelectual é fundamental para estabelecer uma sinergia entre educador e educando no incentivo à produção  científica.

METODOLOGIA:

Considerando a busca pela excelência das práticas pedagógicas como um diferencial, o foco da pesquisa envolveu profissionais da área de Ciências de 5ª a 8ª séries do ensino fundamental, de seis escolas da rede particular da cidade de Joinville – SC. A pesquisa de natureza qualitativa foi realizada com a aplicação de um questionário, com o objetivo de realizar uma sondagem prévia do perfil dos educadores, do seu trabalho docente e as referidas práticas pedagógicas realizadas em sala de aula. As perguntas foram criteriosamente selecionadas e direcionadas para provocar uma reflexão sobre o discurso e a prática docente.

RESULTADOS:

Os resultados obtidos da amostragem permitiram constatar que se trata de um grupo que a maioria oscila entre 31 e 40 anos, no qual 85,7% dos professores são graduados em Licenciatura Plena e Bacharel em Ciências Biológicas e 14,3% em Licenciatura Plena em Física. Das dez atividades pedagógicas mais solicitadas pelo grupo docente, a avaliação escrita e as tarefas para casa tiveram destaque em todas as séries. Seguem  na lista de solicitações os desafios, as pesquisas e os relatórios de aulas práticas. Quanto à apresentação dos trabalhos, os professores de 5ª a 8ª série solicitam, de forma unânime, a produção de cartazes em primeira instância, seguidos de produção textual e apresentação de trabalhos com recursos multimídia. No quesito interdisciplinaridade,  78,6% dos professores desenvolve atividades em parceria com outras áreas de conhecimento, especialmente com Língua Portuguesa e Geografia. 71,4% dos educadores ainda não investem em pesquisa e os 28,6% que investem, encontram-se  motivados. Tratando-se de melhorias na educação, 64,3% do grupo entrevistado percebeu que mais tempo disponível para estudo e capacitação são necessários para melhorar o seu desempenho profissional.

CONCLUSÕES:

A pesquisa sinaliza o interesse e motivação dos professores que faz da metodologia da pesquisa científica uma prática de ensino na escola. No entanto, indica a necessidade de tempo e recursos para a implantação de novas práticas. As práticas de pesquisas científicas coexistem com práticas mais antigas e por isso mais conhecidas e seguras aos professores. Por isso que a utilização de murais e cartazes são preferidas pela maioria. Tendência também observada na pesquisa realizada por Tania Zagury (ZAGURY, 2006, p.204).

A análise dos dados obtidos permite sugerir às instituições de ensino a importância de  uma tomada de decisões referente a melhorias e inovações no processo educativo. É importante valorizar o profissional, incentivando-o a desempenhar muito além da rotina como forma de se promover continuadamente a prática pedagógica, além de disponibilizar recursos que possibilitem tempo para estudo e preparo das ações de pesquisa. Os professores pensam na mudança. Porém, não há mudança sem incentivo, planejamento, capacitação e investimento.

A socialização dos resultados da pesquisa deve se estender às demais áreas de conhecimento como uma forma de articular as novas tendências educativas e também a de promover uma sintonia dos diferentes grupos. A diversidade de habilidades e competências resulta numa equipe de alto desempenho que contribui para a melhoria contínua do incentivo à produção científica,  que é um diferencial significativo para a qualidade do ensino.

Instituição de fomento: CNEC Colégio José Elias Moreira
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: motivação ; atividades pedagógicas; produção científica.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006