De acordo com a Organização Mundial de Saúde define-se saúde como um estado de completo bem estar físico, mental e social, não só ausência de doença ou enfermidade. As aspirações individuais e coletivas de viver mais, com a melhor qualidade de vida possível e, ao mesmo tempo, desfrutar do sentimento de segurança quanto à possibilidade de acesso aos serviços de saúde sempre que necessário, estão entre os valores mais necessários de serem implementados na sociedade brasileira.

Os Programas/Projetos de Extensão desenvolvidos por Universidades, como o Informação e Saúde, procuram realizar a Promoção da Saúde em comunidades menos favorecidas economicamente. Para que se atinja o objetivo proposto há necessidade de realizar uma prática e/ou ação social integrada à Educação em Saúde, que, de acordo com seus Pressupostos de Educação em Saúde (Ministério da Saúde, 2003), ”é uma prática social, é um processo que contribui para a formação e desenvolvimento da consciência crítica das pessoas, a respeito de seus problemas de saúde e, estimula a busca de soluções e a organização para a ação coletiva”.

O Programa Informação e Saúde tem por objetivo atuar sobre o conhecimento das pessoas para que elas desenvolvam juízo crítico e capacidade de intervenção sobre suas vidas e sobre o ambiente com o qual interagem criando, assim, condições para se apropriarem de sua própria existência em relação à saúde.

Através de levantamentos em Postos de Saúde de Curitiba e Região Metropolitana foram determinadas as três categorias de doenças prevalentes – diabetes, hipertensão e DST (doenças sexualmente transmissíveis), sobre as quais realizaram-se pesquisas bibliográficas para elaboração de textos, os quais subsidiaram as palestras.

O Programa Informação e Saúde desenvolveu sua ação com grupos de idosos, comunidade escolar (pais, alunos, funcionários e professores) do Município de Piraquara (Região Metropolitana de Curitiba).

Nas palestras foi utilizada como recurso didático a projeção em multimídia de slides formatados numa linguagem simples e abrangente, que inclui fotos, imagens animadas e ilustrações. Ao término das palestras foram distribuídos fôlderes sobre o assunto abordado. Outro recurso didático utilizado foi a projeção de vídeos após as palestras, com a finalidade de concretizar e ressaltar as principais informações transmitidas. Esses vídeos foram produzidos pelos próprios integrantes do Programa Informação e Saúde, que contaram com a colaboração de alunos de Comunicação Social (UFPR).

O Programa Informação e Saúde atingiu 700 pessoas: 43% são idosos do Programa de Atenção à Pessoa Idosa e 57% são pessoas da Comunidade Escolar. A faixa etária prevalente no público escolar foi de 16 - 20 anos (32%), correspondente aos alunos de Ensino Médio; junto aos idosos a faixa etária prevalente foi entre 71-75 anos (24%).

Comparando-se os resultados da avaliação feita antes e após as palestras sobre hipertensão, a comunidade escolar apresentou um índice de 68,6% de acertos antes e 89,2% após, já o grupo de idosos obteve 79,6% de acertos antes e 96,8% após. Sobre o diabetes, palestra aplicada somente aos idosos, a dificuldade foi maior, apresentando 54,5% de acertos antes e 91,5% de acertos após a palestra. A palestra de DST’s foi ministrada apenas na comunidade escolar e obteve 53,2% de acertos antes e 92,7% de acertos após a palestra.

Das 700 pessoas atingidas, obteve-se um índice de insatisfação de 0,43% (3 pessoas) somente da comunidade escolar, e 77% solicitaram retorno para abordar outros assuntos. 

Apesar de ainda não terem sido desenvolvidos todos os temas propostos para os grupos (idosos e comunidade escolar), pôde-se verificar na etapa desenvolvida no ano de 2005 que o aprendizado foi satisfatório e que os conteúdos foram assimilados pelos educandos, como demonstram os resultados levantados a partir dos questionários.

O Programa incentivou o público para que eles mantenham uma vida mais saudável e melhor adesão ao tratamento médico, por ter apresentado embasamento teórico a respeito das patologias discutidas. O Programa Informação e Saúde tem oferecido condições à população de se tornar crítica com relação à sua própria saúde, não dependendo mais de conceitos populares e, muitas vezes, incorretos para a manutenção da mesma.