As plantas do cerrado estão sendo conhecidas como produtoras de compostos de grande interesse na biotecnologia, na indústria farmacêutica e alimentícia. Através de análises dos componentes físico-químicos dos frutos de algumas espécies, pode-se dizer que a população do Cerrado dispõe de significativa oferta de alimentos no banco de espécies vegetais nativas, com nutrientes extremamente importantes. Os frutos das espécies nativas do cerrado oferecem um elevado valor nutricional, além de atrativos sensoriais, como cor, sabor e aroma peculiares e intensos, ainda pouco explorados comercialmente. O objetivo deste trabalho foi verificar a composição bioquímica de frutos de Genipa americana e Campomanesia sp, conhecidos popularmente como Genipapo e Gabiroba, respectivamente.

Os experimentos foram feitos utilizando-se tanto a polpa quanto a semente, quantificando nutrientes. Os frutos foram coletados no município de Anápolis-GO. Quando abertos tiveram sua polpa imediatamente separada e congelada. As sementes receberam um tratamento de desinfestação com lavagens alternadas de água destilada, álcool 70% (v/v) e hipoclorito de sódio 0,2 % (v/v). Posteriormente foi deixado que secassem em dessecador por sete dias e em seguida foram moídas e postas para congelar. Para verificar e quantificar nutrientes foi feita análise elementar das amostras (determinação dos teores de umidade, cinzas e lipídios). Além disso, foi medida a concentração de proteína solúvel, a atividade de peroxidase, a presença de inibidor de tripsina e de lectinas e a concentração de fenóis totais.

A quantidade de inibidor de tripsina encontrada na polpa de G. americana sugere que seu uso alimentar seja feito após tratamento prévio para a desnaturação desse composto. Entretanto, a presença marcante de enzimas de interesse biotecnológico nas sementes dos frutos testados faz destas plantas fontes promissoras de produtos industriais.