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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública

POLIFARMÁCIA DOMICILIAR EM IDOSOS RESIDENTES EM TRÊS MÓDULOS DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE RIO BRANCO - ACRE -BRASIL

Rosilaine Redi Lago 1
Creso Machado Lopes 1
Pascoal Torres Muniz 1
(1. Universidade Federal do Acre)
INTRODUÇÃO:

Com a melhoria das condições de vida da população, houve mudança no perfil epidemiológico, social e demográfico, com migração das doenças infecto-parasitárias  para as doenças e agravos não transmissíveis, o que levou ao aumento do número de idosos, se constituindo  num grande consumidor de medicamentos, em torno de 25%. Associado a isso surge problemas como iatrogenia, complicações, uso múltiplo, interação medicamentosa, automedicação, gasto e inadequação de seu uso. A farmacoepidemiologia tem detectado erros nas prescrições aos idosos, o que levou a necessidades de programas de educação junto a médicos, farmacêuticos e enfermeiros, visando a promoção do uso racional. Diante de tal problemática, é que inspirou a realização da pesquisa para levantar o uso da polifarmácia domiciliar em idosos de Rio Branco - Acre - Brasil.

METODOLOGIA:

Estudo do tipo exploratório - descritivo junto a 117 idosos residentes em três módulos de saúde da família, em área adstrita ao Centro de Saúde do Tucumã em Rio Branco. Para a coleta de dados fez-se uso de formulários, onde para o processamento e análise, foi utilizado o Programa Epinfo-6. Sob o ponto de vista ético da pesquisa esta foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da FUNDHACRE.

RESULTADOS:
Constatou-se que 88,9% estavam na faixa etária de 60-79 anos, 60,7% eram do gênero feminino e 44,4% analfabetos. Dos 117 (75,2%) estavam aposentados, onde 63,6% recebiam de R$ 260,00 a R$ 519,99, e que apesar do salário, 89,7% possuíam casa própria. Foi encontrado uma média de 2,2 medicamentos por idosos, onde a alopatia esteve presente em 91,3%, sendo que 83,7% foram receitados, mas convêm relatar que somente 58,6% receitas foram apresentadas. Vale destacar que 62,4% tomam de 1 a 2 medicamentos diários, e 34,4% de 3 a 5 anos, onde 39,8% são usados de 1 a 5 anos, cujo tempo da prescrição de 1 a 5 anos foi encontrado em 44,8% e que 81,3% tomam o medicamento só, mas que por sua vez, 24,5% tiveram reação adversa ao medicamento, onde 64,0% procuraram pelo médico. Dos idosos investigados, 83,1% das bulas não foram lidas por eles, mas 77,7% das receitas são compreendidas, enquanto que 57,2% compram medicamentos e 88,9% dos medicamentos são usados diariamente, levando a  gastar em média R$ 28,90 por mês. Dos fármacos utilizados, destacam-se os 27,4% cardiovasculares, 18,3% analgésicos, antiespasmódicos, antipiréticos e antiinflamatórios, 15,4% para o metabolismo da água e eletrólitos; 10,1% para o metabolismo e 9,1% para a nutrição.
CONCLUSÕES:
Pelo fato do estudo estar limitado a três bairros, não se fez generalização, mas destaca-se os 2,2 medicamentos por idoso, sendo mais acentuado o uso da alopatia. Foi considerável o número de idosos que ingerem só o medicamento, com também desenvolvem atividades domésticas e físicas. Por outro lado, menciona-se que mais da metade não apresentaram receita e um quarto referiu reação adversa aos medicamentos, sendo necessário a procura pelo médico. Enfatiza-se que mais da metade compra medicamentos, sendo relevante o uso diário e gasto na sua compra. Quanto aos grupos farmacológicos mais utilizados foram encontrados os cardiovasculares; analgésicos, antiespasmódicos, antipiréticos e antiinflamentórios; fármacos do metabolismo da água e eletrólitos;  metabolismo e para a nutrição.
Instituição de fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Polifarmácia; Geriatria; Saúde do Idoso.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006