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C. Ciências Biológicas - 11. Morfologia - 6. Morfologia
ESTUDO HISTOLÓGICO DA MORFOGÊNESE CARDÍACA EM EMBRIÕES DE Gallus gallus domesticus L.
Juliana Laís Carneiro 1
Sérgio Augusto Maia Pena  1
Tiago Dutra Pereira Ramos  1
Fernanda Silva Guerra  1
Sandra Iara Lopes Seixas  2
Terezinha de Jesus Sirotheau-Corrêa  1
(1. Departamento de Morfologia / UFF; 2. Departamento de Ciências Morfológicas / UNIRIO)
INTRODUÇÃO:
O desenvolvimento embrionário do coração, em embriões de Gallus, é bastante similar ao de humanos. A maior parte dos nossos conhecimentos, sobre o desenvolvimento cardíaco e sobre a origem dos tecidos envolvidos neste processo, é obtida de estudos experimentais em anfíbios e embriões de galinha. Dessa forma, muitas malformações cardíacas encontradas no embrião de Gallus são semelhantes àquelas ocorridas em seres humanos. Conseqüentemente, as informações obtidas pelo estudo da morfogênese cardíaca em embrião de Gallus são importantes para entender alguns defeitos na formação do coração. Portanto, o objetivo dessa pesquisa foi estudar as fases iniciais da morfogênese e citodiferenciação do desenvolvimento cardíaco em Gallus, corroborando com alguns aspectos de estudos feitos anteriormente.
METODOLOGIA:
Visando a alcançar o objetivo exposto acima, usaram-se ovos embrionados coletados nos estádios 7 a 24 de Hamburger & Hamilton (1951), e empregaram-se os seguintes procedimentos: fixação em solução de Bouin; clivagem transversal do embrião na região de desenvolvimento do coração; desidratação em banhos de etanol, em concentrações crescentes; clarificação em xilol; impregnação e inclusão em parafina líquida. A seguir, os cortes histológicos foram corados pela Hematoxilina e Eosina (HE), para possibilitar a observação da morfologia cardíaca.
RESULTADOS:

No estádio 7, identificou-se o tubo neural ainda aberto e a presença de notocórdio. O mesoderma lateral inicia sua delaminação originando o mesoderma esplâncnico e mesoderma somático, que subseqüentemente se espessa dando origem a uma segunda geração de células mesenquimais, precursoras da musculatura dos membros. No estádio 8, o tubo neural está em vias de se fechar, o mesoderma paraxial já se diferenciou, formando os somitos (5 somitos) e o mesoderma intermediário está se diferenciando. Podem ser observados o mesoderma esplâncnico espessado e as pregas laterais pré-cardíacas. A superfície epitelial contínua externa é aparente e a orientação das células mesodérmicas apresenta seu eixo longitudinal em direção a linha embrionária mediana. A presença de grandes espaços intercelulares é marcante, podendo-se observar o início de formação da geléia cardíaca. No estádio 14, com o dobramento completo do embrião, é possível identificar as câmaras cardíacas (em septação) com suas paredes bem mais compactas e suas  células miocárdicas já assumindo uma orientação mais circunferencial. No estádio 18, as câmaras cardíacas já estão mais definidas e os ventrículos com paredes mais espessas, formando trabéculas, precursoras dos músculos interventriculares e papilares. No estádio 24, as câmaras cardíacas encontram-se bem delineadas, já sendo possível identificar a câmara cardíaca esquerda bem mais desenvolvida.

CONCLUSÕES:
No presente trabalho, utilizando-se cortes histológicos corados pelo HE, logrou-se, inicialmente, demonstrar uma seqüência de eventos relacionada ao desenvolvimento cardíaco normal, em embriões de Gallus, para posterior comparação com processos patológicos.
Instituição de fomento: Universidade Federal Fluminense
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: morfogênese; coração; Gallus.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006