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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública
MOTIVAÇÃO PARA O TRATAMENTO ODONTOLÓGICO E DIFERENÇAS DE GÊNERO.
Gabriella Jeremias Soares  1
Laiane Magnabosco Bertulucci  2
Maria Cristina Mouta Rink  3
Marília Ferreira Dela Coleta  4
Juliana Silvério Flausino  5
Daiane Silva Veloso  6
(1. Graduanda de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia/ UFU ; 2. Graduanda de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia/ UFU ; 3. Prof. orientadora do curso de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia; 4. Prof. orientadora do curso de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia; 5. Graduanda de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia/ UFU; 6. Graduanda de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia/ UFU)
INTRODUÇÃO:

A palavra motivação é usada freqüentemente para designar as causas ou o porquê do comportamento (COFER, 1980). A motivação aplicada à saúde é um tema ainda pouco discutido, e os estudos sobre esta têm vindo, principalmente, da psicologia da saúde. Segundo Matarazzo (1982), “esta disciplina agrega o conhecimento científico e profissional da área de psicologia para utilizá-lo na promoção e na manutenção da saúde, na prevenção e no tratamento da doença, na identificação da etiologia e no diagnóstico relacionados à saúde, à doença e às disfunções, bem como no aperfeiçoamento do sistema de prestação de serviços e políticas de saúde”. Desta disciplina deriva a Odontologia Comportamental que discute, em uma das suas instâncias, a motivação e a adesão do paciente às recomendações do seu tratamento, além da higiene bucal e da dieta alimentar. Neste trabalho o objetivo foi investigar os motivos relatados pelo indivíduo que busca o tratamento odontológico nas clínicas do Hospital Odontológico da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e, além disso, verificar se existem motivações diferentes por gênero, partindo do princípio de que homens e mulheres se vêem compelidos por diferentes forças motivadoras em outros campos da busca pela satisfação. A relevância do trabalho consiste em aprimorar e promover a troca de conhecimentos interdisciplinares, e ainda sugerir melhorias no atendimento odontológico prestado pela faculdade de odontologia da UFU.

METODOLOGIA:

 O instrumento desta pesquisa foi um questionário, elaborado a partir de um levantamento anterior no qual foram feitas seis perguntas abertas a um grupo de 10 sujeitos, sendo 5 do sexo masculino e 5 do feminino, para se obter respostas que permitissem a elaboração do questionário fechado. O mesmo foi elaborado pelas alunas de Psicologia da UFU, para ser respondido pelos próprios sujeitos, sem interferência do pesquisador. A aplicação foi realizada pelas estudantes de Odontologia da UFU, após a obtenção do consentimento, por escrito do participante ou responsável, mediante parecer do Comitê de Ética em pesquisa (nº 062/05). As informações contidas no questionário são confidenciais e os dados fornecidos foram usados apenas para análise estatística, a qual se deu pelo Teste de Qui-quadrado (c²) para verificar o ajuste das freqüências observadas às esperadas. Os sujeitos eram pacientes das clínicas do Hospital Odontológico da Faculdade de Odontologia da UFU e preencheram previamente um cabeçalho que compreendia alguns dados pessoais. Participaram 50 pessoas de cada gênero, de 10 a 80 anos de idade, respondendo ao questionário, o qual consistia de 6 questões de múltipla escolha, nas quais o sujeito poderia marcar mais de uma alternativa (com exceção da primeira pergunta). As questões abrangiam os seguintes aspectos a respeito do tratamento odontológico: motivo principal, outros motivos, a expectativa, o que mudaria na vida do sujeito, pontos positivos e negativos, respectivamente.

RESULTADOS:

A maioria da população feminina pesquisada (36%) tinha entre 30-40 anos de idade, sendo que a maioria masculina (32%) compreendia entre 20-30 anos. A população geral (masculina e feminina) apresentou escolaridade de 1º grau incompleto, constituindo 43% do total. Seguindo-se o teste do Qui-quadrado (c²) para estabelecer uma diferença da motivação para o tratamento odontológico entre os gêneros, o c² deve ser menor que o Qui-crítico (c²). Assim, no motivo principal para o tratamento odontológico (primeira pergunta), encontrou-se o valor do c²= 8,86, sendo o c²crítico igual a 11,07. Na segunda pergunta sobre os motivos secundários, encontrou-se um c² = 5,95 e um c²crítico igual a 11,07. Na terceira pergunta, questionou-se sobre as expectativas em relação ao tratamento, e com isso foi encontrado um c² de 2,76 e o c²crítico de 12,59. Na questão seguinte, que abordou as principais mudanças apontadas pelos pacientes advindas do tratamento odontológico, o c² foi de 3,66, sendo o c²crítico de 12,59. Na quinta questão, sobre os aspectos positivos do tratamento odontológico, segundo os pacientes o c² foi de 12,03 e o c²crítico de 18,31. Na última questão, a qual tratava dos aspectos negativos do tratamento o c² foi de 4,65 e o c² crítico de 11,07. O grau de liberdade para estabelecimento do c²critico, teve valores de 0,05; 0,06 e 0,10.

CONCLUSÕES:

 Dentro da amostra estudada, e de acordo com a análise e comparação dos Qui-quadrados encontrados e dos Qui-críticos estabelecidos em cada questão abordada no questionário, foi possível observar que todos os c² encontrados tiveram valores inferiores aos c²críticos relacionados. Isto significou que a hipótese que a motivação para o tratamento, no Hospital Odontológico da Faculdade de Odontologia da UFU, se dava diferentemente entre a população feminina e masculina, foi corroborada. Portanto, conclui-se que a amostra segue a relação teórica dos gêneros abordados na pesquisa.

 
Palavras-chave: motivação; tratamento odontológico; gênero.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006