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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental
AÇÃO DE CIDADANIA
Maria Angélica Batista da Silva 1
(1. Prefeitura da Cidade do Recife - PCR/Secretaria de Educação - SE)
INTRODUÇÃO:

A cada dia que passa torna-se mais urgente a conscientização do ser humano frente ao ambiente que o cerca, não como mero observador, dissociado da natureza, mas como partícipe deste processo, membro direto deste espaço. A relação que o homem desenvolve com a natureza e o uso que faz dos recursos naturais fará grande diferença no futuro da humanidade. A LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases do Ensino Nacional) e os PCN’s (Parâmetros Curriculares Nacionais) vêem ratificar a necessidade do trabalho com esta temática dentro da sala de aula por meio da transversalidade. Agora mais que nunca é preciso que se compreenda as relações ambientais não mais de forma cartesiana, mas percebendo todos os seus fios, suas interligações, suas teias, pois somente assim, pode-se atuar de forma não arbitrária,  política, social e culturalmente eficiente na produção de uma sociedade justa, saudável e sustentável;  que através da ética respeite e cuide de todos os seres vivos e busque a melhoria da qualidade de vida humana. Partindo-se de tais premissas, surgiu a necessidade de verificar como vem desenvolvendo-se a prática docente do trabalho com a Educação Ambiental nos interiores das escolas da rede municipal de Recife, espaço de trabalho da autora do projeto de pesquisa e atual Coordenadora Pedagógica. Também perceber quais os pontos que afligem os professores e coordenadores pedagógicos no tangente ao tema.

METODOLOGIA:
Para esta análise utilizou-se inicialmente uma pesquisa bibliográfica de reconhecimento do tema em estudo, e posteriormente, após levantada as hipóteses pelo autor,  uma pesquisa de campo foi realizada para que tais hipóteses pudessem ser confirmadas ou refutadas. A coleta de dados se deu através da aplicação de questionários, contendo questões abertas e fechadas. Foram pesquisados 30 professores do ensino fundamental I, de escolas municipais da Prefeitura da Cidade de Recife- PCR, localizadas em todas as seis Regiões Político Administrativas – RPA’s da cidade, correspondendo a um total de 5 professores por cada região. Dentre estes, quatro  além de lecionarem em sala regular da Ed. Infantil ao Ensino fundamental I, incluindo a Educação Básica de jovens e adultos, também acumulam na função de Coordenador Pedagógico, vinculados à mesma prefeitura.
RESULTADOS:
3% cursam Pedagogia, 20% concluíram Pedagogia, 67% concluíram Pedagogia e uma especialização, 7% fizeram outro curso e 3% concluíram outro curso e especialização. 64% provêm de Instituições privadas de ensino superior e 36% de públicas. 33% trabalham até 5 anos em Recife, 47% até 15 anos e 20% até 25 anos. 10% trabalham na Ed. Infantil, 67% no ensino fundamental I e 23% na Ed. Básica de Jovens e Adultos. 87% não receberam formação acadêmica sobre Educação Ambiental, 13% receberam na graduação ou na espacialização. 70% não receberam formação em rede sobre Ed. Ambiental, 20% já receberam, 3% não lembravam e 7% obtiveram algumas informações. 90% trabalham o tema com seus alunos, 3% não trabalham e 7% às vezes. 13% apenas conhecem os PCN’s, 60% leram, 3% não conhecem e 24% utilizam-no. 10% crer que Ed. Ambiental deva ser realizado unicamente pelo professor, 10% pela escola, 10%  por profissionais qualificados, 17% pelo professor e escola, 10% escola e profissionais qualificados e 43% pelo professor, escola e profissionais. 57% conceituam temas transversais, 33% têm conceito deturpado e 10% não responderam. Para 10%  o ambiente é a natureza que devemos apreciar e respeitar, 3,5% é recurso que devemos administrar, 3,5% é um sistema que devemos compreender para a tomada de decisões, 33%  é meio de vida que devemos conhecer e organizar e 50% é biosfera onde vivemos juntos em longo prazo. 60% não sabem o que é a Agenda 21, 23%  têm visão equivocada e 17% sabem o que é.
CONCLUSÕES:
Através dos dados, verificou-se que todos os professores acreditam ser de suma importância o trabalho com Educação Ambiental na escola. Porém, esta não ocorre de forma efetiva, tal atividade ainda não é uma prática instituída, ficando restrita em alguns casos às aulas de ciência, biologia e geografia, quando acontecem. Na maioria dos casos discute-se apenas a problemática do lixo, como sendo o único aspecto da Ed. Ambiental. Grande parte dos professores afirmam conhecer subsídio metodológicos, como músicas, filmes, desenhos animados, livros paradidáticos, gibis, documentário etc. Porém, mesmo apesar deste conhecimento, a prática tem sido outra. Uma grande maioria afirma necessitar da ajuda de Terceiros, como profissionais especializados, e o auxílio da escola no provimento de palestras. Tal necessidade pode ser explicada pela falta de formação acadêmica do professor. Cursos de graduação e especializações, salvo exceções, não instrumentalizam para o efetivo trabalho com a temática em sala de aula. A falta de uma política de formação continuada e a falta de material didático específico são também fatores agravantes apontados pelos professores como justificativas para a não realização das atividades. A falta de formação e de informação dos professores/coordenadores em relação ao tema, sugere a implantação de uma política de formação continuada em rede sobre o tema da Educação Ambiental para todos os níveis de ensino.
 
Palavras-chave: Educação Ambiental; PCN's; Prática Pedagógica.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006