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D. Ciências da Saúde - 9. Ergonomia - 1. Ergonomia
AVALIAÇÃO DE FATORES AMBIENTAIS EM ESCRITÓRIOS VISANDO MELHORIAS NAS CONDIÇÕES DE TRABALHO DE SEUS FUNCIONÁRIOS
Alan de Freitas Barbieri 1
Fernanda Aparecida de Oliveira 2
(1. Universidade Vale do Rio Verde - UninCor - 37440-000 - Caxambu - MG; 2. Faculdade de Minas - FAMINAS - 36880-000 - Muriaé - MG)
INTRODUÇÃO:
No mundo moderno tem havido uma preocupação crescente no sentido de se estabelecer uma adaptação harmoniosa de condições de conforto e produtividade entre o ser humano e o seu trabalho, o que pode ser considerado como uma definição de ergonomia (COUTO, H. A. Ergonomia aplicada ao trabalho: o manual técnico da maquina humana. Belo Horizonte : Ergo, 1996. v. 2). Entre as questões ergonômicas mais populares estão os LER/DORT, ou seja, as Lesões por Esforços Repetitivos e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho, que constituem vários aspectos da saúde das pessoas que realizam atividade ocupacional sedentária. Este tipo de problema, relacionado a processos biomecânicos, foi evidenciado principalmente entre pessoas que fazem uso de computadores e trabalham sentadas a maior parte do tempo, executando gestos repetitivos com as mãos, com prejuízo das articulações metacarposfalangeanas e as dos pulsos, aliado a problemas posturais, relaxidão abdominal e diminuição do retorno do sangue venoso. No entanto, outros aspectos do ambiente de trabalho devem ser considerados sob a ótica ergonômica. Nesta pesquisa procuramos observar como os fatores ambientais ruído, calor e iluminação podem influenciar os trabalhadores de um escritório de uma instituição, no sentido de prevenir eventuais doenças ocupacionais, visando melhorias nos ambientes de trabalho.
METODOLOGIA:
O ambiente de trabalho escolhido para a realização da pesquisa foi um escritório de administração de uma instituição de Muriaé-MG, no qual trabalham seis pessoas. O espaço, com área de 80 m2, separado por divisórias com 1,50 m de altura, é dotado de aparelho de ar-condicionado, que ficou ligado durante todo o tempo do experimento. Para as medidas dos níveis de ruído foi utilizado um decibelímetro, com capacidade de armazenamento de dados em intervalos de um minuto, que foi usado por um funcionário do escritório. Os dados de iluminância foram coletados com um luxímetro digital, com as leituras realizadas nos diferentes pontos dos postos de trabalhos em que havia atividade visual. Para a medição de temperatura, empregou-se um termômetro digital. Também foi utilizado um questionário que os funcionários responderam ao final de um dia de trabalho, contendo perguntas sobre nível de percepção dos efeitos dos ruídos, calor e iluminação sobre o humor e o nível de desgaste pessoal.
RESULTADOS:
Verificou-se que os níveis de ruído do escritório, mesmo nos momentos em que praticamente todos os funcionários falavam ao mesmo tempo, não ultrapassou o nível de 75 dB. Nas respostas ao questionário apresentado, somente três dos funcionários afirmaram que os “ruídos naturais de um escritório”, como os toques dos telefones, o barulho do ar-condicionado e as conversas naturais entre os membros do grupo” levava a um estado de estresse, principalmente durante as atividades que exigiam concentração, como no caso de operar contas matemáticas. Todos eles foram unânimes em relação ao incômodo provocado pelo barulho do ar-condicionado, o qual eles “continuavam ouvindo” durante algumas horas depois de deixarem o trabalho. Em relação à iluminação, o que se pode perceber foi uma inadequação no nível de iluminação do ambiente, principalmente para uso no período noturno. As mesas de trabalho e os computadores são colocados inadequadamente em relação às luminárias do teto e as janelas, ora causando reflexos nas telas dos computadores, ora criando situações de sombras nas áreas sobre as quais havia atividade visual. Em relação ao calor, todos foram unânimes em reconhecer que o ambiente climatizado era ideal para o tipo de trabalho praticado no ambiente, favorecendo a concentração nas atividades intrínsecas realizadas, mesmo havendo discordância sobre a temperatura ideal média para todos.
CONCLUSÕES:
No ambiente de trabalho pesquisado, em relação aos fatores ruído, calor e iluminação estudados não foram encontrados sinais significativos de incômodo, desconforto, nervosismo, estresse, fadiga, cansaço ou mal estar deles decorrentes, que pudessem ser caracterizados como grave distúrbio ocupacional. No entanto, durante a realização da pesquisa foi possível orientar os funcionários sobre questões ergonômicas em geral, num processo de enfrentamento dos problemas advindos das relações e atividades de trabalho, despertando-os para uma atenção com a prevenção de doenças delas decorrentes. Em relação específica aos fatores ruído e iluminação, os funcionários seguiram algumas orientações básicas elementares, como mudar posição de mesas e telas de computadores, baixar níveis dos toques de telefones e celulares e fixação de suportes de feltros em calculadoras e pés de cadeiras, pequenos detalhes, mas que eles reconheceram como significativos para a melhoria de suas condições de trabalho.
Instituição de fomento: Faculdade de Minas - FAMINAS - 36880-000 - Muriaé - MG
 
Palavras-chave: Ergonomia; Escritório; LER/DORT.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006