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G. Ciências Humanas - 1. Antropologia - 8. Antropologia

PASSEI NO VESTIBULAR, E AGORA?: DISCUTINDO A IDENTIDADE UNIVERSITÁRIA

Kirla Korina dos Santos Anderson 1
Samuel Sá 1
Klay Evans dos Santos Anderson 1
Martha Regina Freitas 1
Hannah Fernandes Nascimento 1
Renata Maria Valente Moraes 1
(1. Universidade Federal do Pará)
INTRODUÇÃO:

O estudo pretende tecer considerações sobre a trajetória acadêmica de estudantes do curso de graduação em Ciências Sociais, da Universidade Federal do Pará, tendo como foco de estudo a aprendizagem formal no ensino superior. Parte-se do conceito de universidade para subsidiar a construção e o entendimento da questão. Assim, a universidade tem de ser capaz de possibilitar ao aluno arcabouço teórico e profissional que o permita aplicá-lo na prática cotidiana. Aplicar o que aprendeu envolve a tomada de decisões e, por este motivo, a aprendizagem universitária está alicerçada em três eixos de integração (ensino, pesquisa e extensão), o que pode contribuir para múltiplas possibilidades de aprendizagem. O que se vislumbra, portanto, é saber em que medida quando e como se aprende na graduação.

METODOLOGIA:

A análise dos históricos escolares da graduação permite avaliar o currículo visível do aluno. Em outras palavras, o objetivo deste trabalho consiste em estudar o desempenho de alunos de graduação a partir de suas trajetórias nas disciplinas ofertadas pela coordenação do curso. Foram consultados cinqüenta históricos escolares, de alunos entre o segundo e o último semestre, procurando captar quais os conceitos mais freqüentes, quantas disciplinas são cursadas em média por semestre, quanto tempo demoram para integralizar o curso e em quantas e em quais disciplinas os alunos optam por cancelar a matrícula.

RESULTADOS:
Os alunos cursam, em média, entre quatro e cinco disciplinas por semestre. Quanto ao aproveitamento nas mesmas, estabeleceu-se um modelo de conceitos para a análise. Assim, na maioria dos casos, prevaleceu o modelo, na ordem crescente, BOM-REGULAR-EXCELENTE, presente em mais da metade dos históricos consultados. Mais da metade dos históricos pesquisados pertencem a alunos que ingressaram na instituição há mais de cinco anos, tempo total para integralização do curso. Eles levam aproximadamente entre doze e quinze semestres para se formar. Entre as diciplinas que mais são trancadas ou alvo dos conceitos mais baixos e/ou de reprovação estão as de metodologia de pesquisa. Em muitos casos, a demora na conclusão do curso esbarra a elaboração e defesa da monografia. Estudar os históricos escolares representou direcionar atenção para o processo de como acontece a educação formal no ensino superior. Face ao exposto, a qualidade da aprendizagem na graduação perpassa as condições e possibilidades que os alunos encontrar para desenvolver as capacidades teóricas e técnicas na realidade social, e para ser alcançada faz relevante a orientação continuada para além dos limites da sala de aula.
CONCLUSÕES:

A educação formal, assim como outros aspectos da sociedade, está marcada pela exclusão. Pesquisas de organismos internacionais e realizadas por instituições nacionais revelam que a maioria das pessoas está à margem do processo educativo, com qualidade. No chamado ensino superior, a realidade é também preocupante, pois mesmo superando obstáculos do vestibular, muitos alunos ainda precisam obter renda para manter os estudos e adquirir livros, dentre outras coisas. Para muitos, esta questão é econômica, pois ao necessitarem trabalhar em média oito horas diárias, a diminuição do tempo para os estudos é recorrente. Assim, com poucas horas para as aulas, pesquisas, lazer e descanso, a boa qualidade do curso fica comprometida. Desse modo, o favorecimento do processo de empoderamento é imperativo para possibilitar a inclusão social nas universidades e, também, na sociedade como um todo. Em se tratando do espaço da aprendizagem, mesmo sendo a sala de aula o privilegiado, as universidades ainda apresentam inúmeras possibilidades de aprendizagem a partir de seus eixos integradores – ensino, pesquisa e extensão. Todavia, no âmbito da Universidade Federal do Para, o ensino ainda é o eixo enfatizado e tido como aquele responsável pela aprendizagem. Os demais eixos ainda não são explorados a contento pelos discentes devido a entraves institucionais, tais como: número de bolsas de iniciação científica inferior ao numero de alunos, idade mínima para concorrer à bolsa não é condizente com a idade do alunado; o desconhecimento, por parte do aluno, do que venham a ser a pesquisa e a extensão, dentre outros.

Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Universidade; Educação; Ensino superior.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006