IMPRIMIR VOLTAR
B. Engenharias - 1. Engenharia - 3. Engenharia Civil
Pressupostos para a Integracão Engenharia/Arquitetura
Carmen Couto Ribeiro 1
Tadeu Starling 2
Celina Borges Lemos 3
(1. Profª Drª / Universidade Federal de Minas Gerais; 2. Prof. / Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais; 3. Profª Drª / Universidade Federal de Minas Gerais)
INTRODUÇÃO:

Esse trabalho aborda o surgimento das Escolas de Engenharia e de Arquitetura como nós as conhecemos hoje, através da análise da origem e dos momentos históricos que propiciaram a implantação das Escolas, a fim de subsidiar a discussão em torno do tema, visando uma maior integração dessas áreas. A análise propõe levantar a questão da produção e da transmissão do conhecimento de uma maneira sistemática, além de invocar o surgimento e a organização de centros que tornaram possíveis estas práticas. Dessa forma, portanto, propomos alguns pontos para reflexão, sem ter a pretensão, aqui, de expor um panorama histórico minucioso. Pode-se verificar que a criação dos chamados museus, ainda na época de Alexandre, o Grande, encerra a semente das chamadas universidades de hoje, sendo que uma referência mais próxima na História é o surgimento das próprias universidades “em consequência do grande desenvolvimento das escolas ligadas às abadias e catedrais”, durante a Idade Média. Por outro lado o crescimento dos núcleos urbanos e o enriquecimento da sociedade, aumentaram a demanda por educação e propiciaram a implantação dessas primeiras universidades resultantes da aplicação do modelo das ligas ou corporações de ofício no campo da educação. A Universidade de Bolonha, na Itália, foi criada em 1088, a Universidade de Paris, tem sua criação consolidada em 1214, surgindo, em seguida, as Universidades de Oxford e de Cambridge, na Inglaterra.

METODOLOGIA:

Para subsidiarmos a questão, propomos inicialmente comparar a implantação dessas escolas, trazendo a reflexão para o contexto brasileiro e verificarmos seus pontos de convergência. Um marco fundamental é a criação em 1747, da École Nationale des Ponts et Chaussés, em Paris, que vem a ser a mais antiga Grande Escola da França, e também o mais antigo estabelecimento de ensino da engenharia civil no mundo. Em 1810, é criada, por Dom VI, a Academia Real Militar, origem da Escola Politécnica do Rio de Janeiro. No início do século XIX, com a vinda da Missão Artística Francesa, instala-se no Rio de Janeiro, em 1826, a Academia de Belas Artes, sendo que o arquiteto francês Grandjean de Montigny é o primeiro titular da cadeira de Arquitetura. Em 1875 funda-se a Escola de Minas de Ouro Preto, destinada a formar Engenheiros de Minas e Geólogos. Em 1911, concretiza-se o projeto definitivo da Escola Livre de Engenharia de Belo Horizonte e sua incorporação à então Universidade de Minas Gerais se dá em 1927. Em 1930 cria-se a Escola de Arquitetura de Belo Horizonte, destinada à formação de engenheiros-arquitetos, tendo sido a primeira a se organizar no Brasil, uma vez que, na época, existiam apenas cursos de Arquitetura anexos a Escolas de Engenharia ou de Pintura e Escultura. A Escola de Arquitetura foi incorporada à então Universidade de Minas Gerais, 16 anos após a sua criação.

RESULTADOS:
Ao traçarmos um panorama histórico geral da implantação de escolas ligadas ao ensino da Engenharia e da Arquitetura no Brasil, verifica-se a proximidade do ensino da Arquitetura com o das Artes. Através de um breve mergulho na formação das palavras Engenharia e Arquitetura e nas definições dessas áreas do conhecimento, podemos clarear alguns pontos fundamentais que explicitam a interface entre essas duas áreas e que justificam a necessidade de uma interação entre elas. Numa definição geral, Arquitetura é a arte de criar espaços organizados e animados, por meio do agenciamento urbano e da edificação, para abrigar os diversos tipos de atividades humanas. Já a Engenharia é a arte de aplicar conhecimentos científicos, empíricos e certas habilitações específicas à criação de estruturas e dispositivos para converter recursos naturais em formas adequadas ao atendimento das necessidades humanas.
CONCLUSÕES:

Conclui-se que a Engenharia e a Arquitetura gravitam, de uma maneira geral, em torno de questões ligadas a projetos de edificações e de cunho urbanístico, ao uso adequado dos materiais, e à materialização desses processos na obra, obra aqui tomada no sentido amplo da palavra. Fica claro, portanto, que é de grande importância abordar e incentivar, em todos os níveis, uma constante interação entre Engenharia e Arquitetura, como questão fundamental em direção à plenitude do potencial criativo dos Engenheiros e Arquitetos.

Instituição de fomento: Universidade Federal de Minas Gerais
 
Palavras-chave: Engenharia; Arquitetura; Ensino.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006