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G. Ciências Humanas - 9. Sociologia - 5. Sociologia Rural
A REPRODUÇÃO SOCIAL DA AGRICULTURA FAMILIAR NO OESTE CATARINENSE : UM ESTUDO DE GÊNERO 



Rosana Maria Badalotti  1
Rodrigo Kaminski 1
(1. Universidade Comunitária Regional de Chapecó)
INTRODUÇÃO:
 

O presente trabalho buscou investigar os papéis de gênero para a reprodução da agricultura familiar na micro-região de Chapecó.  Por um lado, a pesquisa analisou o espaço ocupado por homens e mulheres na unidade de produção (a divisão do trabalho). Por outro lado, verificou-se os espaços de organização política (comuns e particulares) entre os homens e mulheres. Com as transformações advindas a partir da modernização da agricultura, as famílias de agricultores familiares passaram a buscar novas estratégias de reprodução social e viabilização econômica, ocasionando com isso mudanças na divisão do trabalho e (re) significações acerca desta concepção. A participação de homens e mulheres em diferentes espaços de organização política permite a reflexão crítica acerca de sua condição enquanto trabalhadores e trabalhadoras rurais, possibilitando com isso uma divisão mais igualitária nos espaços produtivos.

METODOLOGIA:
 

O contexto de pesquisa investigado, do ponto de vista geográfico foi delimitado na micro-região de Chapecó. Os sujeitos da pesquisa são mulheres pertencentes a famílias individuais e grupos de cooperação agrícola (gca’s) em dois municípios da micro-região de Chapecó.

As famílias e grupos representam uma amostra intencional na medida em que já realizamos contato com estes sujeitos em ocasião de outras pesquisas, e neste sentido os informantes desta pesquisa constituem uma amostra específica de homens e mulheres envolvidos com a agricultura familiar. As famílias e grupos de cooperação são associados da APROFEC (Associação dos Produtores Feirantes do Município de Chapecó), COOPERFAMILIAR (Cooperativa Alternativa Familiar) e APACO (Associação dos Pequenos Agricultores do Oeste Catarinense)


A pesquisa está centrada em demonstrar as concepções/representações dos principais agentes envolvidos, utilizando como técnicas de pesquisa, a entrevista aberta (com os coordenadores/ coordenadoras de associações, movimentos, cooperativas, etc), entrevistas semi-aberta (com agricultores/agricultoras), entrevista aberta (com agricultoras ) pesquisa documental e observação participante.

RESULTADOS:
 

Foi possível constatar em amostra pesquisada, que a discussão teórica relacionada à modernização agrícola, mais especificamente, às causas e conseqüências da Revolução Verde, está contemplada nas falas e discursos de técnicos e agricultores entrevistados, bem como dos diferentes agentes que compõem a Rede de Viabilização da Agricultura Familiar. Os mesmos atribuem a este processo os principais fatores que causaram a crise na agricultura familiar e, conseqüentemente, um dos principais motivos para a busca de novas alternativas. Podemos pressupor que a participação de homens e mulheres em espaços comuns de organização política na agricultura familiar possibilita uma mudança de valores e padrões culturais acerca das relações de gênero.

CONCLUSÕES:
 

Para além do trabalho produtivo, pretendemos destacar, que a (re) significação da categoria trabalho no âmbito da agricultura familiar, constituiu-se historicamente no processo de luta dos movimentos sociais no Oeste Catarinense, o que têm contribuído significativamente para as mudanças nas relações de gênero e no reconhecimento e visibilidade do trabalho feminino.




Instituição de fomento: Universidade Comunitária Regional de Chapecó
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Reprodução Social; Agricultura Familiar; Gênero.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006