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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
NÍVEIS DE ATIVIDADE FÍSICA E INCIDÊNCIA DE SEDENTARISMO DE UNIVERSITÁRIOS.
Vinicius Rizzolli 1
Anselmo Jose Perez 1
Lucio Passos Patrocínio 1
(1. Faculdade Salesiana de Vitória)
INTRODUÇÃO:
Vários estudos científicos comprovam que a inatividade física é um fator preocupante para saúde estando claramente associado com diversos tipos de doenças. No século passado o sedentarismo progressivo chegou a prevalências extremamente elevadas em todo mundo. No Brasil, um estudo feito por Rego e cols. (1990), por exemplo, concluiu que quase 70% dos paulistanos poderiam ser considerados sedentários. Apesar disso, parte da sociedade desconsidera este problema se mantendo num ritmo de vida agitado, com excesso de trabalho e estudo, sem tempo para se dedicar a atividades físicas, não se preocupando assim com sua própria saúde e, conseqüentemente, prejudicando a sua qualidade de vida. De acordo com o Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM, 2000) “os indivíduos devem acumular ao menos 30 minutos de atividades física, na maioria dos dias da semana, em intensidade moderada, de forma continua ou acumulada”. Os universitários não estão imunes desse problema e podem durante os anos de estudos adquirir hábitos sedentários (Duarte, 1981), justificados muitas vezes pelos compromissos com os estudos. Portanto, identificar o nível de atividade física e a incidência de sedentarismo de universitários tornar-se-ia relevante para um acompanhamento desta população, permitindo medidas de intervenção institucional.
METODOLOGIA:
A pesquisa foi realizada na Faculdade Salesiana de Vitória FSV, tendo como população estudantes universitários iniciantes e concluintes do turno matutino dos cursos de: Educação Física (EF), Serviço Social (SS), Nutrição (NUT) e Fisioterapia (FISIO). O instrumento de coleta de dados foi o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) versão curta; proposto pela Organização Mundial de Saúde (1998), que foi respondido espontaneamente por pelo menos 30% dos universitários em sala de aula com permissão do/a professor/a responsável. As amostras foram das turmas do 1º e 8º período de EF (n = 15 e 16, respectivamente), 3º e 8º período de SS (n = 23 e 18, respectivamente), 1º e 8º período de NUT (n = 17 e 16, respectivamente), e 1º e 8º período de FISIO (n = 37 e 15, respectivamente). Os dados levantados durante a pesquisa consistem nas seguintes categorias de respostas quanto ao nível de atividade física: muito ativo, ativo, insuficientemente ativo A, insuficientemente ativo B e sedentário. A forma de representação dessas variáveis foi à distribuição de freqüência. As comparações intercursos e intracursos foram feitas pelo teste Qui-quadrado a fim de comparar as proporções obtidas na distribuição de freqüência da variável nível de atividade física e incidência de sedentarismo. Para execução deste teste utilizou-se o nível de confiança igual a 95% (α = 0,05).
RESULTADOS:
Na distribuição de freqüência para classificação do nível de atividade física e incidência de sedentarismo, para as turmas estudadas foram: no 1º período de EF predominaram as categorias muito ativo e ativo, não sendo igual para o 8º período de EF que predominaram as categorias ativo e sedentário. No curso de SS, para os universitários iniciantes predominaram as categorias muito ativo e ativo, e para os concluintes insuficientemente ativo e sedentário. No curso de NUT, para os universitários iniciantes e concluintes predominaram as categorias de muito ativo e ativo, não demonstrando diferenças ao iniciar o curso ou no seu término. O mesmo aconteceu no curso de FISIO para os universitários iniciantes e concluintes, sendo as categorias predominantes de muito ativo, ativo e insuficientemente ativo. Nas comparações intercursos e intracursos para analisar o nível de atividade física e a incidência de sedentarismo obtiveram-se cinco comparações significativas: 1º período EF vs 8º período EF; 1º período EF vs 1º período NUT; 3º período SS vs 8º período SS; 8º período SS vs 8º período EF e 8° período SS vs 8º período FISIO.
CONCLUSÕES:
Em função dos resultados encontrados na distribuição de freqüência da população estudada, pode-se afirmar que os universitários iniciantes dos cursos de EF e SS encontravam-se com alto nível de atividade física e os universitários concluintes com alta incidência de sedentarismo. No curso de NUT e FISIO não há diferença na distribuição de freqüência ao iniciar o curso e no seu término. Além disso, os universitários do curso de EF iniciam o curso com alto nível de atividade física, mas com o passar dos períodos esse índice diminui significativamente, o mesmo ocorrendo com o curso SS. Na comparação com o curso de NUT 1° período, os universitários iniciantes do curso de EF demonstram ter maior nível de atividade física ou serem mais ativos fisicamente do que os universitários iniciantes do curso de NUT, o mesmo ocorrendo entre concluintes de EF e concluintes de SS. Nas comparações feitas nos cursos de SS e FISIO, os universitários concluintes do curso de FISIO demonstram ter maior nível de atividade física ou serem mais ativos fisicamente do que os universitários concluintes do curso de SS. Esses resultados nos permitem afirmar que um programa que estimule a atividade física regular dos universitários dos cursos estudados é fundamental para a criação de hábitos de vida saudáveis dos futuros profissionais.
Instituição de fomento: Faculdade Salesiana de Vitória
 
Palavras-chave: Nível de atividade física; Qualidade de vida de universitários; Saúde cardiovascular.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006