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F. Ciências Sociais Aplicadas - 2. Economia - 7. Economia Regional e Urbana

TRANSPORTE MULTIMODAL NA BAHIA: UM NOVO MODELO DE INFRA-ESTRUTURA E LOGÍSTICA INDISPENSÁVEIS À EXPANSÃO AGRÍCOLA DO OESTE BAIANO

Alex de Souza Silva 1
Karine de Souza Silva 2
(1. Universidade do Estado da Bahia - UNEB; 2. Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI)
INTRODUÇÃO:
A região oeste da Bahia, principal fronteira agrícola do Estado, vivencia, desde a década de 1990 um expressivo avanço econômico, resultado da diversificação e solidificação das cadeias produtiva e mercadológica. Esse emergente cenário, potencializado pela cultura de grãos, fruticultura, pecuária, e demais atividades incorporadoras de ganho de capital vultoso se consubstanciou sem a implementação de infra-estrutura adequada, de transporte e logística capaz de fomentar a circulação de pessoas e, sobretudo, garantir o escoamento da produção até o litoral. Nessa esteira, o objetivo do presente trabalho é apresentar o transporte multimodal como alternativa à depreciação da malha rodoviária, não dimensionada destinada a atender o grande fluxo da agroindústria regional, voltada para exportação oeste-leste.
METODOLOGIA:
Preliminarmente, procedeu-se ao levantamento bibliográfico. Na seqüência, a partir do material que vem sendo produzido para construção do Plano Estadual de Logística de Transportes da Bahia foram desenvolvidas a sistematização, análise e comparação dos dados coletados em diversas fontes, capazes de permitir compreender as causas e conseqüências de sistema multimodal, incorporando à hidrovia/ferrovia a matriz de transporte regional. 
RESULTADOS:
De acordo com as análises dos dados fornecidos pela Associação de Agricultores e Irrigantes do Oeste da Bahia - AIBA, a produção de soja saltou de 590 mil toneladas (safra 1992/93) para 2,06 milhões toneladas na safra 2002/03. Esse montante, associado aos outros grãos, no mesmo período, saltou de 838 mil toneladas (na safra 92/93) para 3,02 milhões toneladas na safra 2002/03. No entanto, o transporte dessas mercadorias, centrados na BR 242, não dimensionado ao grande volume de cargas, se deteriora a cada ano, não tendo a mínima condição de atender essa expressividade econômica. Por outro lado, de acordo com o Departamento de Estradas e Rodagem da Bahia - DNER/2002 observou-se que dos 25,5 mil km de rodovias que cruzam o Estado, apenas 17.740 km estavam pavimentadas; dessas, apenas 60% apresentavam um piso ruim ou péssimo, e apenas 17, 1% poderiam ser consideradas em condições boas ou ótimas. Com efeito, a desgate da malha rodoviária ampliou o número de acidentes, bem como os custos operacionais.
CONCLUSÕES:

Com a pesquisa, comprovou-se que a alternativa mais econômica e de menor impacto ambiental para escoar a dimensão das mercadorias produzidas nos cerrados baianos deve ser, inexoravelmente, o transporte multimodal, incorporando rodovia, ferrovia e o rio São Francisco. Entretanto, caso não se viabilize uma nova infra-estrutura adequada para comportar o transporte de cargas em curso, ocorrerá um estrangulamento da produção e do desenvolvimento regional. O desafio, portanto, é promover um diferencial na infra-estrutura de transporte e logística capaz de agregar competitividade à produção e fomentar o desenvolvimento estadual.

Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Estradas; Bahia; Oeste.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006