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D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
UM ESTUDO DA INCIDÊNCIA DA RETIFICAÇÃO LOMBAR EM ESCOLAS NA ZONA DA MATA-MG
Fernanda Aparecida de Oliveira 1
Lucio Flavio Sleutjes 1, 2, 3
Roberto Santos Barbiéri 1
Karen Estefan Dutra 2, 4, 5, 6
(1. Faculdade de Minas - FAMINAS, 36880-000 - Muriaé-MG; 2. Faculdade Metodista Granbery, 36010-532 - Juiz de Fora-MG; 3. Professor da Pós-Graduação da Universidade Gama Filho; 4. Grupo Educacional Prisma, 36016-450 - Juiz de Fora-MG; 5. Universidade Presidente Antônio Carlos, 36048-000 - Juiz de Fora-MG; 6. Faculdade do Sudeste Mineiro - FACSUM, 36016-210 - Juiz de Fora-MG)
INTRODUÇÃO:
A coluna vertebral apresenta quatro curvaturas fisiológicas, sendo a torácica e sacro/coccígea consideradas primárias por estarem presentes ao nascimento, a cervical e a lombar consideradas secundárias se desenvolvendo devido a necessidade do bebê começar a sustentar sua cabeça (cervical), e a sentar-se por vontade própria (lombar). Tais curvaturas permitem ao homem a manutenção da postura bípede. Alterações destas curvaturas, com acentuações destes ângulos, podem significar a médio e longo prazo uma predisposição maior ao aparecimento de discopatias e pinçamentos neuronais. Mudanças posturais, horários de repouso adequados e compatíveis com as atividades desempenhadas permitem a rehidratação dos discos intervertebrais. Na alteração destes ângulos a pressão pode agir sobre os corpos vertebrais se concentrando em alguns pontos (Rasch, P. J. Cinesiologia e anatomia aplicada. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 1991; Wirhed, Rolf. Treinamento de força in: Atlas de anatomia do movimento. São Paulo : Manole, 1986). A coluna lombar está propensa a ter três vezes mais lesões do que a parte superior do dorso, isso ocorre devido a dois fatores: debilidade de força das estruturas e a cargas ou forças que ela encontra durante tarefas esportivas, do trabalho ou recreacionais (Rasch, P. J., cit.).
METODOLOGIA:
Foram avaliados 98 indivíduos do sexo masculino e feminino, moradores da Zona da Mata/MG. A faixa etária estava compreendida entre 12 e 18 anos, sendo feita uma análise separando as faixas etárias de 2 em 2 anos e por sexo. Excluíram-se os indivíduos que apresentavam disfunções neuromotoras. A coleta de dados dos pacientes foi realizada através de visitas as escolas de ensino médio da Zona da Mata/MG, pelo curso de fisioterapia da Faculdade de Minas - FAMINAS, que avaliou posturalmente estes indivíduos. Os indivíduos foram avaliados através de uma ficha de avaliação postural, modificada de Kendall (Kendall, F. P. Músculos, provas e funções. São Paulo : Manole, 1995). Esta ficha inclui dados de identificação, faixa etária, sexo, diagnóstico provisório, diagnóstico definitivo, peso e altura. Para avaliação antropométrica, todos os pacientes foram pesados e medidos com trajes esportivos e descalços. O peso foi avaliado em balança analógica com sensibilidade de 10 gramas, obtendo-se valores em quilogramas. Quanto a estatura, os pacientes foram medidos com régua antropométrica vertical, anotando-se a estatura em metros. Quanto ao cálculo do IMC adotou-se a equação P (kg)/A² (m).
RESULTADOS:
Através de análise em vista lateral, a retificação lombar esteve presente em 13,6% dos pacientes e 48,9% destes apresentaram hiperlordose, sendo todos os casos diagnosticados como reversíveis (possivelmente de causa postural).
CONCLUSÕES:
Independente das causas específicas, os dados obtidos nos levam a sugerir um protocolo de orientações posturais preventivas nas escolas visitadas. Além disso, a avaliação ergonômica do mobiliário e dos utensílios utilizados pelos alunos pode ser de grande valia na identificação das causas das alterações constatadas na pesquisa. A adoção de exercícios terapêuticos que visem desenvolver a força e a flexibilidade nos membros inferiores favorecendo o movimento normal da região lombopélvica, melhorando a biomecânica da coluna em atividades que requeiram agachar, flexionar e levantar objetos são recomendados por Press e Young (Press, J. M.; Young, J. L. Dor na região lombar In: Mellion, M. B. Segredos em medicina desportiva. Porto Alegre : Artes Médicas, 1997). Entretanto, sugere-se que o trabalho deva ser continuado, com uma amostragem maior e a identificação dos possíveis agentes causadores destas alterações, aplicando o protocolo hora sugerido e observando a evolução dos pacientes.
Instituição de fomento: Faculdade de Minas - FAMINAS
 
Palavras-chave: Avaliação postural; Região lombar; Flexibilidade muscular.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006