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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
CONSERVAÇÃO DOS IMUNOBIOLÓGICOS EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE: INVESTIGAÇÃO EM ÁREA URBANA DE UM MUNICIPIO MARANHENSE
Francisca Georgina Macêdo de Sousa 1
Marinese Herminia Santos  1
Vivianne Rodrigues Carvalho 1
Selma Fernanda Silva Arruda  1
Polyana Motejunas 1
Aline Santos Furtado 1
(1. Universidade Federal do Maranhão )
INTRODUÇÃO:

Os imunobiológicos são sensíveis a agentes físicos como a luz e o calor, especialmente por conterem na sua formulação antígeno e adjuvantes, que não podem ser submetidos a congelamento, nem a calor, pois estes aceleram a inativação das substâncias que entram na composição dos produtos (ARANDA, 2001). O autor define como rede de frio o sistema de conservação dos imunobiológicos onde se inclui o armazenamento, o transporte e a manipulação destes produtos em condições adequadas de refrigeração, desde o laboratório produtor até o momento em que os mesmos são administrados. É necessário, portanto, mantê-los constantemente refrigerados utilizando para isso instalações e equipamentos adequados em todas as instâncias: nacional, estadual, regional e municipal/local. Um manuseio inadequado, um equipamento com defeito, ou falta de energia elétrica podem interromper o processo de refrigeração, comprometendo a potência e eficácia dos imunobiológicos (BRASIL, 2002). Considerando tais aspectos questiona-se neste estudo que condutas são adotadas pelos vacinadores no que diz respeito à conservação dos imunobiológicos nas unidades de saúde selecionados. Definiu-se como objetivo avaliar a adoção das Normas Técnicas de conservação dos imunobiológicos nas salas de vacinação nos serviços da rede básica de saúde do município de São Luís-MA.

METODOLOGIA:

Trata-se de estudo exploratório, transversal descritivo com abordagem quantitativa. A população do estudo foi constituída pelas Unidades Básicas de Saúde localizadas na área urbana de São Luís-MA em um total de 45 unidades A escolha por esta área geográfica justifica-se por estar aí concentrada o maior percentual dos Serviços de Saúde da capital. O instrumento utilizado para coleta de dados foi um questionário com 26 questões abertas e fechadas elaboradas com base nas Normas e Técnicas definidas pelo Ministério da Saúde, permitindo identificar os conhecimentos e condutas dos vacinadores em relação à conservação dos imunobiológicos na sala de vacinação. Além do questionário foi utilizada observação para que assim fosse possível identificar os aspectos relacionados à temperatura atual do refrigerador e da caixa térmica utilizada para as vacinas do dia de trabalho.  Para tanto, todos os envolvidos na coleta de dados participaram do curso em Sala de Vacinação realizado em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde. O instrumento foi aplicado com todos os vacinadores em horário de trabalho previamente agendado. O projeto de pesquisa foi encaminhado ao Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital Universitário com parecer favorável e todos os sujeitos assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido em duas vias, onde uma via permaneceu com os sujeitos do estudo e a outra via com a pesquisadora.

RESULTADOS:
Nas salas de vacinas das UBS pesquisadas a geladeira é do tipo doméstica, de compartimento único com capacidade para 280 litros, 86,7% delas possuem garrafas com água e corante na parte inferior e em 100,0% foi encontrado no congelador gelo reciclável com o objetivo de manter por mais tempo a temperatura interna do refrigerador. Em 48,9% das portas das geladeiras havia produtos, tais como: vacinas (9,0%), diluentes (9,0%), frasco de medicação/insulina (13,6%), Teste do Pezinho coletado (27,2%), copos (22,7%), garrafas (13,6%), embalagem de vacinas (4,5%) e alimentos (9,0%) opondo-se às normas do PNI que determina que as geladeiras devam ser especificas para vacinas e, que o fato de armazenar outros produtos repercute na manutenção da temperatura adequada para a conservação das vacinas em conseqüência da freqüência em que o refrigerador é aberto.  Nos casos de falta de corrente elétrica 2,2% dos vacinadores não sabem como proceder para manter conservados os imunobiológicos somados a 15,7% que não sabem como proceder quando a geladeira precisa de reparo. As temperaturas máximas e mínimas apresentadas quando da visita às salas de vacinas mostraram-se inadequadas com temperaturas superiores a +8ºC e inferiores a +2ºC em 55,6% e 13,3% das UBS, respectivamente.
CONCLUSÕES:

Em vários aspectos as condutas adotadas pelos vacinadores são contrárias às definidas pelo PNI impondo riscos que podem comprometer a conservação e, em conseqüência, a qualidade dos imunobiológicos. Considerando os resultados e para que as Unidades Básicas de Saúde disponibilizem de um serviço em sala de vacina eficiente e eficaz, depende entre outras condições dos recursos disponíveis, da capacitação e avaliação periódica dos profissionais envolvidos visando principalmente atender aos pressupostos do PNI. O enfermeiro, como profissional responsável pelas atividades de monitoramento e treinamento dos integrantes da equipe de saúde em sala de vacina, tem parte da responsabilidade de fazer com que haja o cumprimento das normas do PNI Sugere-se a elaboração de treinamento/capacitação contínua aos profissionais que desenvolvem atividades em sala de vacina nas UBS, com o objetivo de prepará-los para o desempenho das atividades, principalmente no que se refere aos aspectos de conservação dos imunobiológicos.

 
Palavras-chave: Imunização ; Normas; Enfermagem.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006