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E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 2. Economia e Sociologia Agrícola
PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL DA SUINOCULTURA NA MICROBACIA DO CÓRREGO AJURICABA - MCR/PR
Ricardo Zenatti 1
Douglas Fernando Kunz 1
Mariângela Brito Freiberger 1
Simone Cristina Camargo 2
Joana Schöne 2
Wilson João Zonin 3
(1. Acadêmicos do curso de Agronomia - UNIOESTE - M. C. Rondon; 2. Acadêmicos do curso de Zootecnia - UNIOESTE - M. C. Rondon; 3. Professor do Centro de Ciências Agrárias - UNIOESTE - M. C. Rondon)
INTRODUÇÃO:
O presente trabalho faz parte das atividades desenvolvidas através do convênio  nº 7361/2004, celebrado entre a Itaipu Binacional e a Unioeste campus de Marechal Cândido Rondon, fazendo parte também do programa Cultivando Água Boa. Na microbacia do Ajuricaba realizou-se diagnósticos das propriedades com atividade suinícola. NA maioria das propriedades visitadas amostradas, principalmente aquelas de pequeno e médio porte, por não possuir equipamentos e construções adequadas foram verificados vários passivos ambientais para elaboração do plano de controle ambiental (PCA) e licenciamento ambiental da suinocultura, sendo alguns dos principais problemas: a localização inadequada das instalações próximas de rios e nascentes dentro da APP (área de preservação permanente), ampliações de esterqueiras, construções de composteiras e cobertura das canaletas. Também foi verificado o volume de dejeto produzido, principal poluidor na região, e sua capacidade como adubo orgânico se for manejado adequadamente. O objetivo deste trabalho é  avaliar os passivos ambientais nas propriedades com atividades suinícolas, para elaborar um plano de controle ambiental e para fins de suporte aos produtores na obtenção do Licenciamento e/ou Autorização Ambiental de Empreendimentos de Suinocultura e determinar o valor médio de readequação ambiental de cada propriedade.
METODOLOGIA:
O trabalho foi realizado no município de Marechal Cândido Rondon, na microbacia do Córrego Ajuricaba, onde foram diagnosticadas 110 propriedades. Destas, 10 apresentavam atividade suinícola com porte de produção comercial. Dentro das principais observações feitas no diagnóstico foi quantificado o número de animais que estão confinados nas pocilgas para saber o porte e o tipo de produção das mesmas, verificou-se se a propriedade tem esterqueira, fez-se a medição e determinou-se o seu volume, observando se há infiltrações, verificando também se esta é de alvenaria ou apresenta algum tipo de impermeabilização e ainda verificando o tipo de solo em que a esterqueira está instalada. Com o levantamento de toda propriedade (tipo, uso e classe de solo),   foi possível determinar se a propriedade tem a capacidade de receber os dejetos produzidos nesta e  quantificar a  ração por animal. Analisou-se a existência de nascentes, rios, corpos de água, poço artesiano, qual a fonte abastecedoura de água e quantidade de água utilizada, tanto na alimentação quanto na higienização, bem como a presença de composteira. Com o conjunto dessas informações  elaborou-se um plano de controle ambiental, o qual tem a finalidade de propor adequações tanto nas instalações como no manejo dos animais. O PCA é composto de formulários e um projeto ou desenho feito no sistema CAD da propriedade com as intervenções a serem feitas.
RESULTADOS:
Nas 10 propriedades amostradas com suinocultura nenhuma apresentava o licenciamento ambiental e todas necessitavam modificações.  Verficou-se os principais problemas encontrados nas suinoculturas destacando o   posicionamento das instalações, onde  20% das instalações se encontram dentro da área de APP (Área de Preservação Permanente) ou seja, que são próximas a rios ou nascentes, enquanto 50% das pocilgas necessitam de reforma e 80% das esterqueiras precisam de ampliação e readequação. Em 100% das propriedades não foi constatado o uso de composteiras e todas as canaletas precisavam ser cobertas para evitar proliferação de moscas. A média do custo financeiro para readequar as instalações com esterqueira e composteira em alvenaria  e fechamento de canaletas em concreto, de cada propriedade,  foi de R$ 15,000,00. Nas microbacias onde o projeto cultivando água boa esta atuando a ITAIPU se mostrou disponível  em custear em 50% sendo 40% vindo de parcerias com a Prefeitura ou Cooperativas e 10% do agricultor. Os 2.693 suínos produzem em média 13017m³Ano-¹ de dejetos com densidade de 1022 Kg/m³, tendo 3,75 Kg/m³ de Nitrogênio (N); 3,29 de Fósforo (P2O5) e 1,88 Potássio (K2O) . O adubo que pode ser reutilizado com o volume de dejetos suíno produzido anualmente é de Nitrogênio (Kg) 3495; Fósforo (Kg) 3957 e Potássio  (Kg) 6923.
CONCLUSÕES:
Através deste trabalho pode-se analisar as mudanças e adequações que a agropecuária vem passando para contextualizar-se à temática da gestão ambiental proativa, ou seja, um enfoque de gestão ambiental que atua sobre a causa dos problemas ambientais, desenvolvendo ações preventivas nos sistemas de produção e buscando um novo planejamento da agropecuária, uma racionalidade técnica e produtiva que englobe as dimensões sociais e ambientais. No caso da gestão ambiental da suinocultura, esta concepção envolve o manejo adequado e o aproveitamento de resíduos (passivos), que passam a contribuir quando utilizados como adubos orgânicos, diminuindo os custos de produção das atividades agrícolas.Com a readequação das propriedades a suinocultura não se inviabilizará, o agricultor estará inserido em um novo modelo de produção exigido pelo mercado internacional e nacional sem agredir o meio ambiente e respeitando a legislação vigente.
 
Palavras-chave: Plano de controle ambiental; Gestão ambiental da suinocultura; Adequação Ambiental.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006