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G. Ciências Humanas - 9. Sociologia - 5. Sociologia Rural
MOBILIZADORES POLÍTICOS NO NORDESTE: TIPOLOGIA DOS ARTICULADORES ELEITORAIS NA POLÍTICA POTIGUAR (ESTUDO DE CASO)
Cícero José Alves Soares Neto 1
(1. Universidade Federal de Uberlândia, Departamento de Filosofia UFU/Defil)
INTRODUÇÃO:
O propósito desta reflexão é apresentar uma sistematização acerca dos mobilizadores políticos no Nordeste, propondo uma tipologia dos articuladores eleitorais no Rio Grande do Norte, no período de 1889-1989. Especificadamente, objetiva-se distinguir as estratégias da mobilização eleitoral da massa votante na política potiguar. Assim, pretende-se identificar os sistema de mediação e intermediação existentes no processo eleitoral nas disputas partidárias do Estado norte-riograndense. Portanto, visa-se provocar uma discussão sobre a tipologia dos articuladores eleitorais que mobilizam a população votante nas eleições do Rio Grande do Norte, no período republicano citado.
METODOLOGIA:
Por intermédio da estratégia do estudo de caso, investigou-se, nas fontes documental e oral, os mecanismos de vinculação política que os mobilizadores eleitorais articulavam entre a massa votante e os chefes políticos locais, objetivando distinguir os canais de participação política que o eleitorado dispunha no processo eleitoral. O trabalho de campo buscou resgatar o depoimeno do homem do campo do sertão nordestino que participou do processo eleitoral no período mencionado. E a hipótese de trabalho que se adota nesta reflexão afirma que: "o Estado, ao organizar a sociedade civil, por intermédio das políticas sociais e da ação comunitária, recria os clientes eleitorais, de forma distinta das práticas coronelísticas, nas décadas de 1970/80".
RESULTADOS:
Visa-se explicitar como a ação intervencionista estatal na organização da sociedade civil, via políticas sociais e ação comunitária, procurou legitimar o regime autoritário implantado a partir de 1964 e, então, recriou um fenômeno político distinto do coronelismo, com novas estratégias de vinculação entre a massa votante e os chefes políticos locais e regionais. Demonstra-se a exposição dos sistemas mobilização e articulação política contra-argumentando com as interpretações que DANTAS (1987) e BARREIRA (1992) apresentaram acerca dos tipos dos agentes de mediação política no processo eleitoral brasileiro.
CONCLUSÕES:
Apresenta-se, inicialmente, uma demarcação entre os sistemas de mediação e de intermediação. Em seguida, busca-se construir uma tipologia dos agentes de mediação e intermediação da participação política da massa votante no processo eleitoral: coronel, cabo eleitoral e líder comunitário, na política de clientela; e militante partidário, na política ideológica. Por fim, aplica-se, historicamente, a tipologia à realidade do Estado potiguar: a fase privada (1889-1930), o sistema de mediação do coronel; a fase de mercado, com dois processo de ruptura: a econômica (1930-45) e a política (1945-64), o sistema de intermediação do cabo eleitoral; e a fase estatal, pós-64, com o sistema de intermediação do líder comunitário.
 
Palavras-chave: Coronelismo; Sistema de mediação e intermediação; Cabo eleitoral.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006