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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 3. Enfermagem Médico-Cirúrgica

AVALIAÇÃO DOS FATORES DE RISCO DE ÚLCERAS POR PRESSÃO PELA ESCALA DE BRADEN EM PACIENTES INSTITUCIONALIZADOS

Maria Belén Salazar Posso  1
Patrícia Siqueira Leal  2
(1. Profª.Drª. Curso de Enfermagem. FMABC ; 2. Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento. IP&D-UNIVAP )
INTRODUÇÃO:
As úlceras por pressão (UP), são definidas como áreas localizadas de morte celular, que se desenvolvem quando o tecido mole é comprimido, entre uma proeminência óssea e uma superfície dura por período de tempo, relativamente, prolongado, representando um grave problema para os pacientes hospitalizados e um desafio para toda equipe multiprofissional. Contudo, apesar dos avanços terapêuticos e tecnológicos, as UP continuam sendo uma das grandes preocupações daqueles que lidam com paciente acamado. Esta problemática vem motivando os profissionais da área da saúde a desenvolverem estudos sobre a prevenção, incidência e prevalência das UP, a qualidade de vida dos pacientes com tal problema, a avaliação de relação custo-benefício de seu tratamento e os fatores de risco para distintos eventos adversos dele advindos.  Além disso, o tratamento de uma UP provoca um impacto emocional nos pacientes e familiares ratificando a necessidade dos profissionais da saúde cada vez mais, intervir efetivamente na sua prevenção. Assim, este estudo objetiva verificar o tempo de permanência hospitalar; identificar os fatores de risco pela escala de Braden dos pacientes sem UP internados em uma Instituição de Saúde (IS) da Grande São Paulo, relacionando-os com as respectivas unidades de internação.
METODOLOGIA:
Optou-se por um estudo descritivo-exploratório, de campo, transversal com abordagem quantitativa. Foram selecionados pacientes adultos e idosos com idade entre 18 e 90 anos, de ambos os sexos, sem UP, internados nas unidades de Clínica Cirúrgica Geral (CCG), Retaguarda (RT), Unidade de Terapia Intensiva Geral (UTIG) e Neurológica (UTIN), Semi-Intensiva (SI), Clínica Médica (CM) e Clínica Neurológica (CN), no mês de Abril de 2005, nos períodos matutino e vespertino, excluindo-se o período noturno para não interromper o sono e repouso dos pacientes. Procedeu-se à coleta de dados após a aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelos pacientes voluntários e/ou seus responsáveis. Colheram-se os dados em onze dias consecutivos, utilizando-se um instrumento de avaliação física e dos fatores de risco para a formação de UP pela escala de Braden, em todos pacientes internados (87 100,0%) nas unidades selecionadas, dos quais 58 (66,7%) sem e 29(33,3%) com UP. Essa escala baseia-se nos principais fatores responsáveis: percepção sensorial, umidade, atividade, mobilidade, nutrição, fricção e cisalhamento. Cada fator recebe escores que variam 1 a 4, exceto a fricção e cisalhamento, que varia de 1 a 3. Os escores totais variam de 6 a 23 e quanto menor o índice maior o risco de formação de UP.
RESULTADOS:
Houve predominância do sexo masculino 33 (56,9%) nos pacientes sem UP; da raça branca 30 (51,7%), e a idade média de ambos os sexos foi de 54 anos. Predominou a doença cardiovascular como diagnóstico principal, com 49 (32,7%) dos pacientes sem UP. O tempo médio de permanência foi de 39 dias, variando de 1 a 80 dias. A distribuição dos pacientes sem UP internados na CCG foi de 100,00%, na RT de 73,33%, na UTIG de 37,50%, na UTIN e CM foi de 50,00%, na SI de 66,67% e na CN de 76,47%.  Verificou-se pela escala de Braden que havia no hospital 35 pacientes sem risco para a formação de UP; 10 pacientes de alto risco (6 nas UTIG e UTIN); 6 de risco moderado (4 na CM; 1 na UTIG e 1 UTIN); 7 de risco leve (3 na CN, 2 na CCG e 2 na RT). Os fatores de risco mais importantes foram, a atividade 14 (24,0%), seguida da fricção e cisalhamento 11 (19,0%), umidade 9 (15,5%), mobilidade 8 (13,8%), nutrição 7 (12,0%) e percepção sensorial 4 (7,0%). Após a identificação dos pacientes sem UP, porém de risco para o desenvolvimento de UP foi elaborado um alerta preventivo com medidas que protegiam a pele prevenindo a formação da UP e inserido na papeleta do pacienteHouve predominância do sexo masculino 33 (56,9%) nos pacientes sem UP; da raça branca 30 (51,7%), e a idade média de ambos os sexos foi de 54 anos. Predominou a doença cardiovascular como diagnóstico principal, com 49 (32,7%) dos pacientes sem UP. O tempo médio de permanência foi de 39 dias, variando de 1 a 80 dias. A distribuição dos pacientes sem UP internados na CCG foi de 100,00%, na RT de 73,33%, na UTIG de 37,50%, na UTIN e CM foi de 50,00%, na SI de 66,67% e na CN de 76,47%.  Verificou-se pela escala de Braden que havia no hospital 35 pacientes sem risco para a formação de UP; 10 pacientes de alto risco (6 nas UTIG e UTIN); 6 de risco moderado (4 na CM; 1 na UTIG e 1 UTIN); 7 de risco leve (3 na CN, 2 na CCG e 2 na RT). Os fatores de risco mais importantes foram, a atividade 14 (24,0%), seguida da fricção e cisalhamento 11 (19,0%), umidade 9 (15,5%), mobilidade 8 (13,8%), nutrição 7 (12,0%) e percepção sensorial 4 (7,0%). Após a identificação dos pacientes sem UP, porém de risco para o desenvolvimento de UP, foi elaborado um alerta preventivo com medidas que protegiam a pele prevenindo a formação da UP e inserido na papeleta do paciente para sua execução.
CONCLUSÕES:
Os resultados deste estudo mostram que 35(60,3%) dos pacientes da CCG não apresentaram risco para UP. Entretanto, deve-se, já na primeira avaliação física de pacientes acamados, identificar o risco de UP, principalmente, para aqueles que serão internados em UTIs, pois, esta pesquisa constatou que todos os pacientes dessas Unidades apresentaram riscos altos (6  60,0%) e moderados (2  33,3%) pela escala de Braden. Também, verificou-se que o risco moderado predominou nos pacientes (66.6%) da CM e o leve em 42,9% dos pacientes da CN. A permanência média foi de 39 dias, sendo que 37(63,7%) sem UP permaneceram em média 5 dias. Acredita-se que a conscientização de toda equipe de saúde, acrescida da utilização do alerta preventivo, possam minimizar a formação de UP, o tempo de internação, os custos hospitalares, bem como, promove uma melhor qualidade de vida aos pacientes.
 
Palavras-chave: úlceras por pressão; fatores de risco; escala de Braden.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006