G. Ciências Humanas - 2. Arqueologia - 1. Arqueologia Histórica |
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Um Estudo sobre Arqueologia e População Atual na Vila Guajaraúna, em Barcarena - PA. |
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Hannah Fernandes Nascimento 1 |
Eneida de Assis 1 |
Fernando Marques 2 |
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(1. Universidade Federal do Pará / UFPA; 2. Museu Paraense Emílio Goeldi) |
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INTRODUÇÃO: |
Há algum tempo o trabalho do arqueólogo está sofrendo algumas transformações no que se refere ao contato com a comunidade que circunda ou habita um sítio arqueológico a ser pesquisado, além da relação dessas pessoas com a cultura material. Pois se percebeu que essa população é de grande importância tanto para o conhecimento quanto para a preservação de um sítio. Em sua pesquisa de campo, o arqueólogo passou a preocupar-se mais com a comunidade local, investigando informações sobre a área, vinculando seu passado longínquo e o passado recente com o tempo atual, buscando assim torná-la agente da proteção e preservação do patrimônio arqueológico. O presente trabalho foi realizado no ano de 2006, em Barcarena/PA, na Vila Guajaraúna, local de um sítio arqueológico, que foi objeto de pesquisa da Área de Arqueologia do Museu Paraense Emílio Goeldi, em 2002. Como objetivos, propôs-se: pesquisar a relação entre o arqueólogo e moradores atuais; verificar a relação destas pessoas com a cultura material arqueológica e o sítio como um todo, e se tem influenciado de alguma forma em suas vidas; caracterizar aspectos sociais, econômicos, religiosos, culturais e físico-ambientais da localidade; e avaliar as possibilidades de informação de importância arqueológica vinda dos moradores. |
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METODOLOGIA: |
Realizou-se levantamento bibliográfico sobre a temática, e também de informações documentais acerca do passado da Vila Guajaraúna, possibilitando um histórico da mesma. Analisou-se dados arqueológicos obtidos durante a pesquisa realizada em 2002, assim como entrevistas de seus moradores feitas naquela ocasião. Em nova visita ao local, em 2006, foram realizadas entrevistas informais e semi-estruturadas com três tipos de informantes: aqueles que tiveram algum contato com a equipe de pesquisa anterior, em 2002, a fim de saber o que apreenderam desse contato; os moradores mais antigos que conhecem a vila e podem relatar histórias locais, ancestralidade, mudanças espaciais, etc; e a partir de observação e das entrevistas informais, os moradores que possivelmente tiveram algum contato com o material arqueológico para conhece a maneira e forma de manipulação desses objetos. A fim de notar como os objetos arqueológicos e o próprio sítio eram tratados pelos moradores, foi empregado o Método Observacional, o que possibilitou ainda a percepção da dinâmica da vida local. |
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RESULTADOS: |
A pesquisa de documentos nos permitiu recuar a história da Vila Guajaraúna até 1850, o que foi comprovado pela datação da cultura material lá encontrada, como louças finas, grés, garrafas de vidro e cerâmica cabocla. Com relação às entrevistas, foram realizadas dezesseis, em que os moradores caracterizaram a paisagem, a cultura, a economia e a história local, além de ressaltar o contato que tiveram com a equipe do Museu Paraense Emilio Goeldi, com a arqueologia e os objetos arqueológicos. A descoberta da formação familiar da Vila nos levou a uma cadeia de parentesco muito interessante e reveladora da dinâmica social ali desenvolvida, permitindo que dados documentais, materiais e orais se entrelaçassem formando uma continuidade na dinâmica da habitação humana nessa área. |
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CONCLUSÕES: |
Com essa pesquisa podemos inferir que a relação arqueólogo e população local precisa ser mais trabalhada, até mesmo como forma de difusão do conhecimento cientifico para a sociedade geral. Da mesma forma a memória local deve ser valorizada, sendo mais uma fonte de conhecimentos antepassados e contemporâneos. No caso da Arqueologia, possibilita-se uma relação não apenas bilateral de arqueólogo e sítio arqueológico/cultura material, mas entre arqueólogo, comunidade local e sítio arqueológico. Afinal o que se busca é recompor e dar significado a uma sociedade que já existiu e que às vezes está na memória dos habitantes atuais, então porque não recorrer a essas pessoas e ter uma compreensão mais ampla de determinados grupos sociais. |
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Trabalho de Iniciação Científica
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Palavras-chave: Arqueologia; População Atual; Etnografia. |
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Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006 |
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