Na análise de dois discursos diferenciados verificamos que a imprensa comunitária é levada a se estruturar, dentro do sistema capitalista, como uma empresa privada geradora de lucros. Ela é forçada a transformar seu discurso de “espaço de voz” que deveria estar voltado para os interesses da comunidade, em um discurso “complacente” ao poder vigente.
A partir dessa diferenciação discursiva observa-se que, fora desse padrão de funcionalismo-integrado, torna-se difícil à sobrevivência de um veículo de discurso crítico ao poder vigente. A prova disso é que o veículo Jornal do Guará, com seu discurso integrado consegue sobreviver. Enquanto o Tribuna do Guará na contra corrente, com um discurso crítico, sucumbiu às pressões oficiais.
Podemos concluir que a imprensa comunitária, pelas razões apresentadas, não está fora do contexto de toda a grande imprensa, na qual todas estão inseridas dentro de uma economia de mercado, onde o lucro é o seu objetivo natural e instrumento do poder hegemônico do Estado e das classes dominantes.