C. Ciências Biológicas - 12. Neurociências e Comportamento - 1. Neurociências e Comportamento |
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ABSTINÊNCIA E SENSIBILIDADE AOS EFEITOS COMPORTAMENTAIS EXPLORATÓRIOS DA CLORPROMAZINA APÓS EXPOSIÇÃO AGUDA A CAFEINA EM RATOS. |
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Antonio Roberto Teixeira 1 |
Paula Pires Nascimento 1 |
Gustavo Subtil Magalhães Freire 1 |
Leonardo Abdala Giacomini 1 |
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(1. Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina, Universidade de Brasília) |
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INTRODUÇÃO: |
Cafeína tem sido considerada como a substância psicoativa mais consumida por seres humanos. Dependência física e conseqüente síndrome de abstinência a esta substância tem sido demonstradas em seres humanos e em roedores. Decréscimos de locomoção constituem alterações comportamentais reconhecidas de abstinência após exposição crônica à cafeína em roedores. Os efeitos agudos e crônicos da cafeína são acompanhados de interferências e alterações adaptativas do sistema dopaminérgico, possibilitando modificações dos efeitos farmacológicos mediados por antipsicóticos. O presente trabalho investigou a ocorrência de abstinência e de sensibilidade aos efeitos comportamentais exploratórios da clorpromazina, um antagonista de receptores dopaminérgicos, após exposição aguda à cafeína em ratos. |
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METODOLOGIA: |
Ratos Wistar (N=230), machos, adultos, distribuídos em grupos independentes (n=14-15/grupo), foram pré-tratados com salina (controles) e cafeína 25,0 50,0 e 100,0 mg/kg por via intraperitoneal; 24 horas depois foram testados após salina (análise de abstinência) e clorpromazina 0,5 1,0 e 2,0 mg/kg por via intraperitoneal. Testes comportamentais foram realizados 30 minutos após as injeções das substâncias testes. Locomoção horizontal (segmentos entrados), vertical (levantar), total (somatório dos dois tipos de locomoção) e defecação, foram medidas durante 5 minutos em Labirinto em Y. Resultados de grupos individuais, locomoção e defecação, foram analisadas por correlação e regressão linear, Análise de Variância unifatorial, teste Tukey e Teste-t como post-hoc para comparações entre amostras, adotando-se p<0,05 como nível de significância estatística. Nas comparações entre níveis de pré-tratamento utilizou-se Análise de Variância bifatorial, efeitos da clorpromazina (Fator A), pré-tratamento com cafeína (Fator B) e respectivas interações fatoriais. |
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RESULTADOS: |
Em comparação aos controle pré-tratados com salina, e como sinais de abstinência, ocorreram decréscimos estatisticamente significantes da locomoção vertical em função de pré-tratamento com cafeína 25,0 50,0 e 100,0 mg/kg. Locomoção horizontal e total não foram significantemente alteradas e defecação foi linearmente aumentada. Nos controles, ocorreram reduções da locomoção horizontal, vertical e total após todas as doses de clorpromazina, mas significância estatística somente foi obtida após doses de 1,0 e 2,0 mg/kg. Defecação foi reduzida após 0,5 e 2,0 mg/kg e aumentada após 1,0 mg/kg; entretanto, somente o efeito redutor de 2,0 mg/kg foi significante. Em comparação aos controles, a magnitude dos efeitos redutores de todas as doses de clorpromazina sobre a locomoção vertical foi potencializada após todos pré-tratamentos com cafeína. Os efeitos redutores de 0,5 e 1,0 mg/kg de clorpromazina sobre a locomoção horizontal e total foram potencializados por pré-tratamento com cafeína 25,0 e 50,0 mg/kg e inalterads por 100,0 mg/kg. Na defecação os efeitos redutores das doses de 0,5 e 2,0 mg/kg foram revertidos para respostas estimulantes após todos pré-tratamentos com cafeína, enquanto que o efeito estimulante de 1,0 mg/kg foi revertido para depressor. Em todos resultados obtidos de locomoção horizontal, vertical, total e defecação, não foram detectadas interações fatoriais estatisticamente significantes entre efeitos da clorpromazina e pré-tratamentos com cafeína. |
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CONCLUSÕES: |
Abstinência foi detectada após exposição aguda à cafeína manifestando-se por decréscimos significantes da locomoção vertical e aumentos de defecação. Os efeitos redutores da clorpromazina sobre a atividade motora foram potencializados pela abstinência, com resultados dependendo do nível de pré-tratamento com cafeína e do tipo de locomoção analisado. Na defecação, os efeitos redutores da clorpromazina foram revertidos para respostas estimulantes na abstinência à cafeína, sendo os efeitos estimulantes revertidos para depressores. A ausência de interações fatoriais estatisticamente significantes entre efeitos da clorpromazina e pré-tratamentos com cafeína mostra que, nas condições experimentais utilizadas, não ocorreram alterações de sensibilidade a bloqueio dopaminérgico em todas as medidas de comportamento exploratório durante abstinência após exposição aguda à cafeína em ratos. |
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Instituição de fomento: Universidade de Brasília
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Palavras-chave: Cafeína; Clorpromazina; Abstinência. |
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Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006 |
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