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F. Ciências Sociais Aplicadas - 1. Gestão e Administração - 2. Cultura Organizacional

ESTILOS E SISTEMAS ADMINISTRATIVOS VISTOS ATRAVÉS DA CULTURA ORGANIZACIONAL

Daniel Barroso de Carvalho Ribeiro 1
Maria de Lourdes de Melo Salmito Mendes 1
(1. Departamento de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Estadual do Piauí-UESPI)
INTRODUÇÃO:
Diante de um cenário que mostra e sugere mudanças, os administradores devem detectar, através da cultura organizacional, o modelo de liderança mais adequado e aplicável a sua gestão na empresa ou determinado setor. É o desafio de muitas empresas atualmente a busca dos estilos de liderança ideais que indiquem quais características devem assumir os líderes e superiores para conquistar a cooperação dos funcionários. Os tipos de líderes, a concepção dos gestores sobre a capacidade e motivações das pessoas para o trabalho, o esclarecimento da cultura de valores, os exemplos de personagens que influenciam o clima e o desempenho das organizações e os traços que os destacam foram objetivos deste estudo. Descobrir o condicionamento do ambiente que forma líderes dentro da própria empresa, a correspondência entre os tipos de liderança e seus resultados financeiros e motivacionais, assim como o modelo orientado para o desenvolvimento que estimula o intra-empreendedorismo igualmente impulsionaram a investigação.
METODOLOGIA:
Selecionaram-se amostras de funcionários de ambos os sexos de setores variados de três empresas-destaques dos ramos de indústria têxtil, lojista e automobilístico através do critério de tempo de serviços prestados, justificado pelo conhecimento e informações detidas sobre os valores, as normas, o clima dos relacionamentos no trabalho, a conduta e comportamento dos chefes. Horários reservados e de menor volume de trabalho foram escolhidos pelos gestores para a visita e aplicação dos questionários. As questões objetivas e subjetivas visaram descobrir o perfil da liderança através de comportamento de funcionários e superiores e das ações gerenciais, identificando os personagens destacados como líderes, seus traços, comportamentos por meio da percepção dos funcionários quanto aos seus superiores. O tratamento quantitativo e qualitativo das questões privilegiando comentários que complementaram às alternativas propostas foram meios utilizados para a análise e interpretação das informações que se uniram ao estudo exploratório do tema, à entrevista com o setor de RH e à observação para compor a totalidade do trabalho.
RESULTADOS:
Os resultados caracterizaram os líderes citados na pesquisa pela competência e conhecimento técnico afirmados por 86% dos resultados, os traços de boa comunicação e inteligência com 40% e 20% respectivamente, junto ao comportamento atencioso e a orientação para as pessoas e tarefas que obtiveram iguais 47% do total. As peculiaridades dos diferentes ramos revelaram carências semelhantes no relacionamento entre chefes e funcionários. A baixa freqüência de diálogo, atenção e compreensão, a falta de espaço a opiniões, sugestões e participação efetiva de todos, o não reconhecimento e observância no trabalho e potencial de cada um foram alvos de repetidos depoimentos que sugeriram mudanças ao modelo administrativo vigente. O clima positivo dos relacionamentos não mostrou clara correspondência com a confiança mútua entre chefes e funcionários, e sim com as interações entre colegas no ambiente de trabalho. As mudanças sugeridas por 70% das amostras para o comportamento dos chefes de alguns setores das empresas visitadas indicaram a divergência da conduta requerida pelos liderados.
CONCLUSÕES:
Os estilos voltados para as pessoas e tarefas, democráticos e, às vezes, autocráticos que variam de acordo com a abordagem utilizada pelos chefes, exemplificaram a influência da liderança sobre o clima organizacional. Concluiu-se também que a visão minúscula do trabalho como uma necessidade primária é ainda a concepção de muitos chefes que desconhecem a capacidade, motivações e objetivos de seus subordinados. O efeito disso é o pouco investimento em confiança, respeito, consideração e valorização de talentos. Importantes sugestões deveriam ser ouvidas e analisadas juntamente com a equipe que captam feedbacks dos clientes. Promover um ambiente no qual exista uma comunicação aberta entre líderes e liderados resultaria no entendimento e no bem-estar além da produtividade. Existe a necessidade de um modelo apoiador e participativo que reforça boas ações, aposta no crescimento de sua equipe e alia os objetivos da empresa aos objetivos profissionais e pessoais. Diante das qualidades dos funcionários os líderes devem ser éticos, capacitar e disponibilizar recursos para as pessoas se desenvolverem nas suas funções, sendo atenciosos e ouvintes, utilizando como instrumento a comunicação permanente para provocar impactos positivos no desempenho individual dos liderados, e conseqüentemente da empresa.
Instituição de fomento: PIBIC-UESPI
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Liderança; Liderados; Cultura organizacional.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006