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D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional

PROPOSTA PARA A TEORIA DE TRATAMENTO DAS DORES DE ENTORSES CRÔNICAS PELO CONCEITO MULLIGAM: EVIDÊNCIAS ANATÔMICAS

Ana Paula B. Mazzini 1
Brenno A. S. Minarrini 1
Fabiano Sousa Barbosa 1
Vanessa C. Costa da Silva 1
Julio Guilherme Silva 2, 3
João Marcos Branjão 2, 4
(1. Faculdade de Minas - FAMINAS; 2. Dept. de Fisioterapia, Fundação Educacional Serra dos Órgãos, Teresópolis, RJ; 3. CCBM, Laboratório de Anatomia Humana, Universidade Gama Filho, Rio de Janeiro; 4. Dept. de Fisioterapia, Universidade Severino Sombra, Vassouras, Rio de Janeiro)
INTRODUÇÃO:
O Conceito Mulligam (CM) é um recurso cinesioterápico que se baseia no reposicionamento das estruturas articulares nas correções de falhas posicionais, tratando assim os distúrbios das estruturas do aparelho locomotor. Dentre as possibilidades de aplicação, uma das técnicas que merece destaque é a mobilização com movimento (MWM). Das articulações periféricas que possuem uma diversidade de abordagem de tratamento pelo CM uma que merece destaque é a do tornozelo, principalmente nas entorses crônicas em inversão. Poucos estudos tentam elucidar e justificar as relações anatômicas com as entorses crônicas do tornozelo e o CM para tratamento do tornozelo. Assim este trabalho visa analisar as relações anatômicas do compartimento póstero-lateral do tornozelo e a técnica de posteriorização da fíbula do CM através do tapping.
METODOLOGIA:

Foram analisados 32 tornozelos de cadáveres brasileiros sem causa mortis definida e deformidades na estrutura podálica.  O estudo foi direcionado nas relações anatômicas do compartimento póstero-lateral do tornozelo, em especial, na disposição espacial das fibras dos ligamentos fíbulo-talar anterior (LFTA), ligamentos fíbulo-talar posterior (LFTP) e fíbulo-calcanear (LFC) e os tendões que passam na região.

RESULTADOS:

Todas as peças analisadas apresentaram uma relação entre as fibras do LFC e os tendões dos músculos fibulares longo (MFL) e curto (MFC) e também de seu retináculo. Além disso, 12 peças possuíam pontos de fibroses que promovem uma aderência entre as bainhas do LFC, MFL e MFC.

Devido à disposição espacial das fibras do LFC e sua fixação proximal na borda inferior do maléolo lateral, a técnica de posteriorização da fíbula pode promover uma diminuição da tensão do LFC. Quanto às fibroses encontradas entre LFC e os MFL e MFC, sugerem que as entorses crônicas são responsáveis pelas dores no compartimento póstero-lateral do tornozelo.

 

CONCLUSÕES:

Os achados desse trabalho podem ser o ponto essencial na discussão da eficácia do tratamento de posteriorização da fíbula pelo CM no tratamento das dores oriundas de entorses crônicas e recidivantes em inversão. Novos estudos principalmente no que tangem exames imaginológicos na região para confirmação da teoria proposta neste trabalho e sua aplicabilidade sobre o ponto de vista clínico-fisioterápico.

Instituição de fomento: Faculdade de Minas - FAMINAS
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Mulligam; Entorse; Tornozelo.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006